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Preço do CBIOs bate recorde em junho e fica acima de R$ 200 reais

O valor é quase o dobro do preço médio dos CBios no ano passado, de 114,60 reais

Preço do CBIOs bate recorde em junho e fica acima de R$ 200 reais

Os preços médios dos créditos de descarbonização (CBIOs) atingiram o valor médio recorde de R$ 202,62 na segunda quinzena de junho, segundo relatório do Itaú BBA e dados da B3.

Este é mais um na sequência de valores recordes registrados este ano. Na primeira quinzena do mesmo mês, os papéis haviam atingido o valor máximo de R$ 147,90.

Ao final de junho, foram negociados 8,13 milhões de créditos, um volume 112% acima do visto na quinzena anterior, de 3,84 milhões. Também se trata de um aumento de quase 380% ante os 1,69 milhões de CBIOs comercializados no mesmo período de 2021.

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Com as usinas de cana-de-açúcar mantendo um mix de produção mais direcionado ao etanol nos primeiros meses da safra 2021/22, o volume de créditos emitidos voltou a subir, contabilizando 1,84 milhão de CBIOs ao final de junho. O montante representa um aumento de 82,2% ante as duas primeiras semanas do mês, e ainda um crescimento de 15,8% na comparação anual.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP), entre janeiro e junho, as usinas certificadas no programa cadastraram notas fiscais suficientes para a geração de 15,13 milhões de CBIOs. A expectativa é de que 23,30 mil créditos excedentes cheguem ao mercado nos próximos dias.

Segundo a consultoria Agro do Itaú BBA, Annelise Izumi, a escalada dos preços dos CBIOs ajuda a compensar a perda de competitividade do etanol com a desoneração da gasolina, mas a contribuição é muito pequena.

“Na conta da gasolina em São Paulo, por exemplo, o ICMS passou de 25% para 18%. E teve, ainda, a retirada da Cide e do PIS/Cofins. O etanol teve só a retirada do PIS/Cofins porque não tem Cide e já tinha o ICMS abaixo do teto. Então, essa diferença está muito longe do impacto do CBIO”, explica a consultoria.

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O preço do etanol na usina de São Paulo fechou o mês de junho em baixa de 8%, pressionados pelo baixo volume de negócios, em meio a mudanças tributárias, e também por pressão sazonal da safra de cana-de-açúcar.

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