Mercado

PPP’s podem desafogar gargalos do escoamento

A aprovação das Parcerias Público-Privadas – PPPs abre novas perspectivas para desafogar o gargalo do setor sucroalcooleiro, ou

seja, a falta de uma logística eficaz para o escoamento da produção de açúcar e álcool. A possibilidade da realização de investimentos conjuntos, entre o governo e a iniciativa privada, coloca em pauta a necessidade da elaboração e cumprimento, em caráter de urgência, de um cronograma para a construção de rodovias, portos, ferrovias e, até mesmo, hidrovias. Chineses, ingleses e indianos já demonstraram interesse em investir nessas obras.

O assunto é de alta prioridade. Tem importância estratégica para incrementar as exportações. A ausência de uma logística adequada, que seja compatível ao crescimento do agronegócio brasileiro, compromete a credibilidade, dificulta a consolidação de novos negócios, eleva custos e provoca atrasos nas entregas. O Brasil chega a perder até 25% do que produz por causa da malha precária, conforme avaliação de um grupo de deputados federais.

A cena não é tão incomum: filas quilométricas chegam a se formar em portos brasileiros. Existem problemas sérios – alguns básicos – no sistema portuário, como falta de estacionamentos para caminhões, dimensão reduzida da profundidade do cais e entraves no acesso ferroviário e rodoviário. Não escapam de uma avaliação mais apurada

portos, que cumprem função estratégica na exportação brasileira,

como os de Santos, Rio de Janeiro, Paranaguá, Rio Grande, Vitória.

Os investimentos provenientes das PPPs – União, Estados e municípios podem participar com até 70% dos recursos por projeto, limitados por questões orçamentárias – devem ajudar, também, a minimizar a grave ineficiência do sistema rodoviário brasileiro. Metade do 60.000 quilômetros existentes no País necessitam de algum tipo de restauração, incluindo milhares de quilômetros de estradas sem asfalto.

O dinheiro das parcerias poderá ajudar a viabilizar, por exemplo, o

projeto da BR-163, rodovia que liga o Mato Grosso ao Pará.

A construção de hidrovias não deve ficar de fora, também, de um “pacote” de obras para a transformação da infra-estrtura e logística no Brasil, para o escoamento de safras nos mercado interno e externo. Na escassez de investimentos nas ferrovias está, no entanto, uma das principais barreiras para a modernização do sistema de transporte de carga. O Brasil precisa ampliar a sua malha ferroviária, que é de apenas 30 mil quilômetros – igual ao do Japão, país 22 vezes menor que o Brasil.

Confira matéria completa na edição de janeiro do JornalCana.

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