Mercado

Petrobras vai construir duas usinas em Goiás

A Petrobras dará início ao seu programa de produção de etanol para a exportação com a construção de cinco usinas na Região Centro-Oeste. “Estamos negociando as cinco unidades iniciais. Serão duas em Goiás e três no Mato Grosso do Sul”, revelou o gerente de Novos Negócios do Abastecimento Corporativo da estatal, Gilberto Ribeiro de Carvalho, durante o Congresso Brasileiro de Agribusiness, promovido pela Associação Brasileira de Agribusiness (Abag).

O secretário da Indústria e Comércio de Goiás, Ridoval Chiareloto, disse que estes projetos envolvem a parceria entre a Petrobras e a Mitsui, que prevê a construção de 40 usinas no País para produção de biocombustível. A expectativa é que outras empresas do setor sucroalcooleiro integrem os projetos. “No entato, existe uma movimentação de empresários goianos interessados nesta parceria, pois a previsão é de 15 destas usinas sejam instaladas no Estado.”

Segundo o secretário, existem 18 usinas do setor sucroalcooleiro em funcionamento em Goiás e 22 unidades em implantação. “Na secretaria, mais de 70 projetos foram aprovados e acreditamos em mais de R$ 8 bilhões de investimentos no Estado, nos próximos três anos. O crescimento deste setor deve mudar o PIB goiano.”

Gilberto Carvalho reafirmou que o interesse da companhia no setor de etanol é atuar de maneira complementar ao que já existe no mercado. “Pretendemos ter participação minoritária”, disse. Anteriormente, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que as usinas deverão iniciar a produção em 2009. Cada unidade terá capacidade para produzir 200 milhões de litros de etanol por ano e demandará investimentos estimados entre US$ 200 milhões a US$ 250 milhões, que deverão ser financiados pelo banco de fomento japonês JBIC e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Alcoolduto

Enquanto finaliza os estudos para a implantação do alcoolduto entre Senador Canedo e São Sebastião (SP), a Petrobras adotou a estratégia de investir na otimização da malha de dutos atual para elevar a capacidade de transporte do etanol e melhorar a qualidade do produto para exportação. “Estamos investindo na adaptação do sistema atual”, afirmou Carvalho. Segundo ele, a malha atual da Petrobras permite o transporte de apenas 50 milhões de litros por mês de etanol. “Pretendemos ampliar esse volume para 250 milhões de litros por mês”, afirmou.

Para tanto, a companhia vai investir para acabar com os gargalos no poliduto São Paulo-Rio de Janeiro (OSRIO), da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e do Terminal Marítimo Ilha D’Água (RJ). O gerente não soube informar quanto será investimento nesses projetos.

Sobre o alcoolduto que interligará Goiás a São Paulo, Gilberto Carvalho afirmou que a Petrobras está em fase final dos estudos do empreendimento. Segundo o executivo, a instalação terá condições de transportar 12 bilhões de litros por ano em 2020, dos quais 8 bilhões de litros serão escoados ao mercado externo pelo Terminal de São Sebastião e 4 bilhões de litros por Ilha D’Água. O executivo disse que a Petrobras terá participação minoritária no empreendimento.

Participam do projeto a japonesa Mitsui, que atuará na venda do etanol ao mercado externo, principalmente japonês, e a Camargo Corrêa. “Esse é um bom momento para abrir conversas com usineiros porque já temos dados mais concretos sobre o empreendimento”, afirmou Carvalho. O gerente preferiu não informar a estimativa de investimento, alegando que dentro de dois meses a Petrobras deverá divulgar informações mais detalhadas sobre o alcoolduto.

Além de estar aberta a parcerias para viabilizar o investimento, a Petrobras quer vender capacidade do alcoolduto para outras companhias. “Pretendemos tornar disponível a capacidade para o mercado. Isso é interessante porque mitiga o risco do investimento”, explicou.

Em relação ao alcoolduto que interligará Campo Grande (MS) ao Porto de Paranaguá (PR), Carvalho comentou que os estudos estão em fase preliminar. O executivo disse que o estudo da Copel para construir um duto de transporte de etanol no Paraná não está relacionado ao projeto em análise pela Petrobras. (Com Agência Estado)

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