Mercado

Paraíba pode ampliar exportação de álcool com uma safra maior

O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool da Paraíba, Edmundo Coelho Barbosa, informou que a safra de cana-de-açúcar do período 2006-2007 no estado deverá alcançar cerca de 5 milhões de toneladas.

O plantio no Estado da Paraíba abrange 30 municípios e oferece 50 mil empregos diretos e indiretos nas dez unidades produtoras no estado. “Produzimos mais álcool do que açúcar e oferecemos álcool neutro absoluto para indústrias e mercados com elevadas exigências técnicas. A Paraíba é responsável por 2/3 do álcool potável exportado e esta safra vai permitir uma recuperação das perdas verificadas em períodos anteriores porque a estimativa é de que iremos colher 11% a mais em relação a 2005/2006”, explica Coelho Barbosa.

Coelho Barbosa espera que o setor sucroalcooleiro da Paraíba venha a ser reconhecido oficialmente pela relevância social da sua produção, cujos reflexos são sensíveis inclusive em regiões fora dos limites da Paraíba. Documentos produzidos pelo sindicato mostram o impacto econômico positivo decorrente das exportações na formação do PIB regional. “Poucos percebem a importância do segmento, que contribui para o desenvolvimento da Paraíba e apresenta claros sinais de um crescimento progressivo”, adverte.

Ele aponta a tese da engenheira agrônoma Cynthia Cabral da Costa, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP, sobre os efeitos das medidas protecionistas dos Estados Unidos e da União Européia como um dos mais importantes estudos sobre os entraves nas regiões exportadoras de açúcar. “Sem o bloqueio, as exportações poderiam gerar mais empregos e renda e superar em muito os resultados dos atuais programas sociais na região, que ainda carecem de avaliações mais objetivas.” Um trabalhador rural de corte de cana ganhará um salário mensal superior a R$ 700,00 durante a safra 2006-2007.

Coelho Barbosa anunciou que os empresários paraibanos vão solicitar audiência na Petrobras para inserir o estado na pauta de exportações: “Pretendemos nos fazer ouvir pela estatal, que vem embarcando álcool no Rio de Janeiro para os Estados Unidos e para a Venezuela com altos custos de logística. Estamos muito mais próximos desses mercados e temos produção certificada de etanol para atender as exportações. Por outro lado, defendemos políticas públicas que considerem os custos de produção nas diferentes regiões produtoras”, diz o presidente do sindicato.

“Defendemos uma sistemática de atualização mensal de custos para as principais regiões produtoras de cana, bem como para regiões de fronteira da produção canavieira. Acreditamos que o setor canavieiro precisa de uma referência ampla e abrangente para indicadores dessa natureza. Nossos planos de ampliação de produção para os próximos anos dependem do acesso à irrigação, de boas estradas vicinais para o escoamento e de investimentos da ordem de R$ 85 milhões para produzirmos mais 40 mil toneladas de açúcar e 95 mil m³ de álcool. Esses investimentos poderão resultar em massa salarial adicional superior a R$ 31 milhões na economia paraibana nos próximos anos a cada safra”, argumenta o presidente do sindicato.

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