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Ozônio assume o lugar do enxofre

Já é possível utilizar o ozônio no branqueamento do açúcar cristal em

substituição ao indesejado enxofre, e com a vantagem de que o ozônio é

produzido totalmente dentro da própria unidade. Representantes de pelo

menos vinte unidades nordestinas comprovaram essa possibilidade em

16 de dezembro de 2004, durante a “open house” oferecida pela Usina

Monte Alegre, na Paraíba. A Monte Alegre tem utilizado ozônio no branqueamento do açúcar com sucesso. O teste piloto foi realizado no período de 24 de novembro a 12 de dezembro de 2004 nas dependências da usina. Objetivou e conseguiu substituir em escala industrial os produtos químicos descolorantes no flotador de xarope, e em seguida sua aplicação no caldo de cana antes do decantador, eliminando

o uso de 100% do enxofre e conseqüentemente reduzindo grande percentual de cal. O Dia da Indústria na monte Alegre foi patrocinado pela Stab regional e organizado pela diretoria da usina, que trouxe o engenheiro Raimundo Nonato Coelho Silton, diretor da Gasil Gases e

Equipamentos, detentora desta e de outras tecnologias revolucionárias na produção industrial. (veja na outra página). O gerador de ozônio fabricado pela Gasil, com capacidade para 7,2 kg por hora (duas unidades) utiliza uma mistura de oxigênio com argônio. A presença do argônio no gás gerado protege a molécula da sacarose da ação oxidante do ozônio. No processo instalado na Usina Monte Alegre foram utilizados cerca de 30 ppm de ozônio. A moagem da safra 2003/2004 na

Usina Monte Alegre foi de 125 tc/h. Por meio da utilização de produtos

químicos conseguia redução máxima de 17% e 18%. Na última safra, 2004/2005, a Monte Alegre teve moagem média de 140,52 tc/h com o mesmo

equipamento, um flotador com volume estático de 19m3, o que corresponde aproximadamente a 25 ton de xarope. A vazão média do xarope bruto na safra é de 36,44 ton/h (calculado em função do brix da cana na esteira e do xarope bruto, sem medidor de vazão), que leva o tempo de retenção a 40 minutos em média. Nesta condição a cor do açúcar ficou abaixo de 120 com a lavagem na centrifugação entre 5 e 6 segundos de água. Ao subir o tempo de lavagem para 10 segundos foi obtida cor média de 99, chegando até 90 de cor. A eliminação da necessidade de usar enxofre e a redução do uso de cal altera para baixo a planilha de custos com produtos químicos das unidades.

O diretor Eduardo Amorim de Oliveira está satisfeito com os resultados do trabalho na usina, sobretudo pela possibilidade de dispensar o uso do malcheiroso e insalubre enxofre: “Só existe enxofre no inferno e na usina”. Como não tem acesso ao inferno mas manda em sua usina, Eduardo já decidiu: vai eliminá-lo totalmente.

Confira matéria completa no JornalCana – Edição 133

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