Mercado

O futuro do etanol sem tarifa

Senadores americanos chegaram ontem a um acordo para extinguir os subsídios e a tarifa de importação do álcool combustível no fim deste mês, uma medida que poderá beneficiar a indústria brasileira de cana-de-açúcar. Ainda falta, porém, definir como isso será feito.

O fim das restrições trará dividendos a médio prazo. Hoje o Brasil tem pouco etanol para atender a própria demanda e o mercado interno paga melhor que o externo. Segundo levantamento da comercializadora Bioagência, o embarque de etanol neste momento resultaria em um preço 25% menor ao doméstico. As usinas sucroalcooleiras no Brasil acreditam que a queda efetiva da tarifa de importação trará novas perspectivas de investimentos no futuro. Em um horizonte de curto prazo, o Brasil ainda precisa plantar cana para supe rar a ociosidade de sua indústria, que nesta safra será de 80 milhões de toneladas, ou 13% da capacidade.

Deve levar cerca de três anos para que o Brasil consiga exportar etanol para os EUA, segundo analistas. No curto prazo, diz Júlio Maria Borges, diretor da Job Economia e Planejamento, é mais provável que o Brasil importe o produto dos EUA. Para ele, a venda para os EUA pode começar antes só se o preço do açúcar no mercado externo cair. “Aí vão produzir menos açúcar e sobrará cana para o etanol”, diz.

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