Mercado

O apoio europeu ao etanol brasileiro

Nesta quinta-feira foi divulgado um promissor estudo acerca das possibilidades de aproveitamento do etanol brasileiro na Europa. Encomendado pela União Europeia (UE), o relatório foi elaborado pela International Food Policy Research Institute (IFPR) por solicitação do bloco. O fato de ter sido divulgado pela área de comércio da UE indica que, pelo menos, boa parte dos países-membros se inclina pela avaliação positiva do biodiesel nacional.

A União Europeia tem uma meta de chegar, até 2020, a um percentual de 10% no uso de energias renováveis no setor de transporte. Diante disso, com o incremento necessário para atingir esse montante, abrem-se boas perspectivas para que a energia limpa extraída da cana-de-açúcar possa ter um mercado em expansão na comunidade europeia. As conclusões que denotam uma boa aceitação do produto brasileiro deixaram satisfeito o embaixador do país na UE, Ricardo Neiva Tavares, o qual declarou que a avaliação permite que o etanol possa usufruir de um selo semelhante ao emitido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, sigla em inglês).

Um ponto importante do documento é o que isenta o país de uma possível prática danosa ao meio ambiente em função de se habilitar a produzir o etanol em larga escala. Os pesquisadores comunicaram que não existem vestígios de que a demanda europeia pelo produto vá, em qualquer momento, levar ao aumento da agressão às florestas ou à diminuição da área destinada à produção de alimentos. Isso já vinha sendo afirmado pelo governo brasileiro.

Uma outra conclusão aponta para o fato de que o uso de biocombustíveis ajudará de forma direta a reduzir a emissão de gases poluentes, chegando a 13 milhões de toneladas em 20 anos. E a produção nacional é considerada a mais eficiente para atingir essa finalidade. O trabalho “Comércio mundial e impacto ambiental do mandato da UE sobre biocombustíveis” observa algumas questões que deverão ser equacionadas em levantamentos posteriores, como a certificação e as culturas para produção.

Para o Brasil, a posição da UE representa um grande alento no seu projeto de produzir energias limpas, gerando divisas e contribuindo para reduzir o impacto ambiental. A hora e a vez do etanol parece estar chegando.

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