Mercado

O álcool pega fogo

Começou como uma preocupação econômica, mas agora ganha contornos cada vez mais ambientais. Misturar álcool à gasolina é o caminho escolhido por países de todos os continentes para reduzir as emissões de poluentes sem precisar mexer muito na frota automotiva. Em 2007, o consumo mundial desse combustível crescerá 20%, chegando a 43 bilhões de litros.

Estados Unidos e Brasil lideram com folga esse mercado: 3 em cada 4 litros de álcool produzidos no mundo saem desses países. Como os brasileiros, os americanos também têm veículos flex, só que eles usam uma mistura fixa de 85% de etanol e 15% de gasolina, chamada E85. Aqui, os bicombustíveis somam mais de 80% da venda de veículos novos.

A exemplo do que ocorre no mercado automotivo mundial, China e Índia despontam como potenciais grandes consumidores de etanol. Há regiões indianas que misturam 5% de álcool. Na China, esse porcentual de mistura sobe para 10%. Em 2006, a Ásia foi o segundo continente que mais consumiu etanol: 6, 43 bilhões de litros, dos quais 3,55 bilhões foram usados só pelos chineses.

Na Europa, a Suécia tornou-se referência no assunto. O país não só mistura etanol à gasolina para carros como tem ônibus movido a álcool puro. Outros europeus, como a França, preferiram o ETBE, aditivo que leva 40% de etanol, mas que é feito à base de petróleo. “Até 2010, os europeus têm a meta de ampliar a 5,75%”, diz o consultor Plínio Nastari, da Datagro, empresa de consultoria para o mercado de açúcar e álcool.

Mas não é preciso ir tão longe para ver iniciativas semelhantes. Na América Lantina, Colômbia, Peru, Paraguai e mesmo a Venezuela – rica em reservas de petróleo, mas com capacidade insuficiente de refino – têm políticas para adotar o etanol como combustível. Na África, a Nigéria vive a mesma situação da Venezuela, e países como Angola e Moçambique também vêem o álcool como alternativa viável. O meio ambiente só tem a agradecer.

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