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Mulheres integram time de soldadores da Dedini

Empresa aposta na diversidade para promover inovação no trabalho

Mulheres integram time de soldadores da Dedini

Quem entra no Departamento de Solda de uma das mais importantes empresas de bens de capital do Brasil estranha ao ver duas mulheres no meio da produção, trabalhando junto a peças gigantes, algumas com várias toneladas. Elas fazem parte de um grupo de mulheres que superou barreiras e avançou em direção ao sonho de progresso.

Sandra Caetano de Paula e Sidinéia Passos Botelho da Silva, ambas com 42 anos, ocupam o cargo de soldadoras na Dedini S/A Indústrias de Base. Na verdade, vivem na empresa mais um capítulo de uma história de vida com muitos momentos em comum.

As duas amigas, ex-cunhadas, parceiras, colegas de trabalho trabalhavam na área de limpeza de uma empresa na cidade de Rio das Pedras. Lá mesmo, foram estimuladas pelo antigo patrão a conhecer um pouco da arte da solda. Elas não descartaram a oportunidade e aprenderam tudo o que puderam. Depois, vieram os cursos de especialização, a qualificação e a chance de chegar ao mercado de trabalho juntas, em mais uma coincidência.

Há cinco anos, as duas entraram para o time de soldadores da Dedini S/A Indústrias de Base e, se em um primeiro momento perceberam alguma estranheza entre seus pares, hoje convivem em harmonia e muito respeito com os colegas.

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Atenção aos detalhes, disciplina, paciência e capricho são, na visão de Sandra, pontos fortes da atuação das mulheres em qualquer área profissional, muito em profissões consideradas mais pesadas, como a que exercem atualmente. Não que os colegas não sejam tão caprichosos quanto. Não é isso que ela quer dizer. Sandra refere-se a um jeito feminino de abordagem nos postos de trabalho, favorecido pela coordenação motora fina bem apurada e possível graças à própria estrutura física da mulher, às mãos mais leves.

Independente disso, Sandra gosta de ressaltar quão privilegiada foi em poder seguir uma profissão com a qual nunca sonhou nos tempos que ainda trabalhava na roça, em Rio das Pedras, e depois na limpeza. Comemora o salto para a mudança, que contou com a ajuda do ex-marido, que a estimulou a concorrer à vaga na Dedini, onde também trabalha um dos seus filhos. “Sou realizada profissionalmente, amo o que faço. Tenho especializações e gosto de tudo na solda”, enfatiza.

Na mesma linha, Sidinéia também nunca se imaginou trabalhando nessa área e diz que a parceria com a amiga Sandra tem um peso no resultado do trabalho, uma vez que elas trocam ideias sobre as melhores técnicas, pedem opiniões, entendem a natureza das críticas e buscam a excelência.

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Para outras mulheres que pensam em abrir novas frentes de trabalho, como o que elas fizeram, ficam alguns conselhos. A dupla de soldadoras da Dedini destaca a necessidade de qualificação, a busca incessante pela perfeição, o comprometimento e a disponibilidade para enfrentar todos os desafios que qualquer conquista impõe, além de muita persistência para superar limitações e obstáculos.

“Se a mulher quer acesso a áreas de trabalho pouco convencionais, precisa estar preparada para as cobranças e exigências que virão. Nada do que o espírito feminino não possa enfrentar”, concordam.

O coordenador do Departamento de Recursos Humanos da Dedini, Marcelo Fessel, percebe nos últimos anos uma sinalização sobre o aumento de mulheres interessadas em trabalhar em áreas de produção pesada, antes ocupadas apenas por homens.

Ele destaca que, no caso da solda, quesitos como coordenação motora fina e sensibilidade na atuação, destacados pelas soldadoras, são muito bem-vindos, e reforçam o atendimento às demandas de produção.

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