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Mistura maior de álcool na gasolina visa elevar produção de etanol

O governo vai elevar a mistura de etanol na gasolina de 20% para 25% no próximo ano para estimular o setor a elevar a produção de álcool no país e reduzir as importações de combustível.

“A medida está prevista, mas será adotada diante do compromisso do setor de aumentar a produção de etanol. Se a regra não for cumprida, revogamos a decisão”, disse à Folha o ministro Edison Lobão (Minas e Energia).

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A medida, reivindicada pela Petrobras para gastar menos com importação de gasolina, não seria viável neste ano porque a safra de cana não atenderia essa demanda.

Os produtores de cana e as usinas também defendem o aumento da mistura para estimular o setor.

A decisão, contudo, resolve parte do problema do etanol anidro, que é misturado à gasolina, mas não do hidratado, utilizado puro para abastecer os carros flex.

Atualmente, com o preço da gasolina contido artificialmente, o etanol hidratado não tem rentabilidade. Reflexo disso é que apenas cerca de 40% da frota de carros flex no país utiliza etanol.

Além de aumentar a mistura de etanol na gasolina, a equipe da presidente Dilma vai analisar outras medidas para aumentar a produção de combustível no país.

Os técnicos calculam ser possível elevar a produção de etanol sem investimentos em novas usinas.

As atuais têm capacidade para moer até 700 milhões de toneladas de cana por ano, mas a última safra foi de 550 milhões de toneladas. Ou seja, é possível agregar pelo menos mais 150 milhões de toneladas.

O cenário mais otimista traçado pelos técnicos, que prevê o menor volume de importação de gasolina nos próximos anos, foi baseado na adoção de medidas para somar mais 150 milhões de toneladas de cana na produção -90% teriam de ser destinados para etanol e 10% para produzir açúcar.

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