Mercado

Ministro participa de discussão sobre remuneração de cana

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, deverá intermediar as discussões entre as indústrias de açúcar e álcool e os produtores de cana sobre a revisão do modelo Consecana. Os fornecedores pedem mudanças no atual sistema e alternativas mais remuneradoras para a entrega da matéria-prima.

Durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Sucroalcooleira, realizada ontem, em São Paulo, o ministro disse que a proposta é interessante. Mas Rodrigues disse que o governo não poderá intervir neste processo. Rodrigues disse que vai ouvir todos os lados para que a cadeia busque um entendimento.

A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) defende mudanças no atual modelo.

Segundo Antonio Celso Cavalcanti de Andrade, presidente da Feplana, produtores de algumas regiões do País pedem para receber em produto (açúcar e álcool, ou preço equivalente) pela tonelada de cana entregue.

O atual modelo foi implantado em 1998, com o fim da desregulamentação do governo no setor. O cálculo é feito com base no quilo médio da ATR (açúcar total recuperável). Esse índice, determinado mensalmente, leva em conta a qualidade da cana, o mix de produção das usinas, as perdas industriais e os preços alcançados pelo produto no mercado externo. O fornecedor recebe um adiantamento mensal e o ajuste final é calculado no encerramento da safra.

Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica), explicou que o atual modelo não distorce o pagamento, uma vez que considera que 60% do total pago representa a receita média da safra de açúcar e álcool e os outros 40% significam o processamento da matéria-prima.

Segundo Manoel Ortolan, presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), os produtores da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil(Orplana) contrataram uma consultoria para levantar os custos de produção de cana, açúcar e álcool. As indústrias do Centro-Sul também contrataram uma consultoria. O objetivo é que em janeiro os dados sejam cruzados para discutir o que deverá ser alterado no modelo Consecana.

Para a Feplana, interessa a alternativa de recebimento em produto, como já ocorre em Araraquara, São Paulo. Os fornecedores de cana dizem que não se beneficiam dos lucros obtidos pelas usinas com açúcar e álcool. Eles preferem transformar o produto agrícola em commodity.

Banner Revistas Mobile