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Milho, cana e pasto lideram as vendas de defensivos no País

A comercialização e o uso dos defensivos agrícolas voltados às pastagens começa a se tornar uma realidade no Brasil neste ano, afirmou o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). O Milho e a cana-de-açúcar também devem ganhar maior representatividade no volume de vendas destes insumos, enquanto a soja reduz a sua participação.

Apesar da expectativa do setor de defensivos de fechar o ano com um faturamento de até US$ 8,5 bilhões, ante os US$ 7,3 bilhões do ano passado, o crescimento em volume será de apenas 5%, frente às 790 mil toneladas comercializadas no ano passado.

Diante de um cenário em que a demanda por carne bovina segue elevada, e grande parte das pastagens brasileiras estão degradadas, Ivan Sampaio, gerente de Informações do Sindag, afirmou que a busca por defensivos para pastagens está mais intensa em 2011. “Os criadores de bovinos estão preocupados com a qualidade de suas pastagens, e pretendem investir agora em ganhos de produtividade. Por isso notamos um excelente incremento nas vendas de herbicidas para pastagens”. Enquanto a participação dos produtos para pasto segue inexpressiva, o milho e a cana-de-açúcar devem ampliar as suas fatias neste ano. O milho que detinha, em 2010, uma participação de 9% nas vendas, com faturamento de US$ 682 milhões, atrás de algodão, soja e cana, deve obter a segunda colocação, com mais de 12%. A cana que estava na terceira colocação deve se manter, entretanto, a participação também pode ficar maior que os atuais 10%.

Na Fazenda São João, no Município de Montividiu em Goiás, o produtor Geovani Paludo não deve alterar a quantidade de defensivos em suas lavouras. “Tivemos uma produtividade menor na ultima safra de milho, por conta do clima. Para a colheita deste ano já comprei grande parte dos insumos necessários. Sem usar defensivos não conseguiríamos plantar nada, mesmo porque ele protege a saúde da planta”.

Já o algodão e a soja seguem no sentido oposto. No caso da oleaginosa a perda de participação não altera a sua posição de destaque no topo da lista. Com 44% no total de vendas, seus ganhos foram superiores a US$ 3,2 bilhões em 2010. Neste ano, Sampaio acredita que o maior uso de sementes transgênicas, de rotatividade de culturas, e o clima adequado diminuíram a necessidade no uso de defensivos. “Os produtores de soja estão respeitando mais o período de vazio sanitário, e de rotação de cultivos, com isso a incidência de pragas é menor. Tanto que acredito que a venda de produtos para a ferrugem asiática, que afeta os sojicultores do País será menor este ano”, afirmou o gerente do Sindag.

Na cooperativa agrícola paranaense, Cooperante, no Município de Campos do Tenente, a compra de defensivos para a soja foi reduzida este ano, e deve seguir caindo nos próximos anos. “Com o crescimento no uso da soja transgênica pelos nossos produtores, o uso de herbicidas nessa cultura é cada vez menor. Já os fungicidas como fazemos o controle de algumas doenças, não vamos alterar o seu consumo. Os inseticidas usamos conforme a incidência de pragas”, garantiu Juliane Nardelli, gerente de Comercialização do grupo.

Já as vendas de defensivos para a cotonicultura que no ano passado foram de US$ 775 milhões, e representavam 11% do total comercializado no País, devem mesmo perder participação para o milho e a cana neste ano, caindo para a quarta posição na tabela. “Apesar dessa perda de participação, as vendas destes produtos voltados ao milho, a soja, ao algodão e a cana serão maiores.”

As vendas de defensivos agrícolas no primeiro semestre apresentaram um crescimento de 3,8% ante 2010. Ao todo, o Brasil comercializou R$ 4,42 bilhões, ante os US$ 4,26 bilhões do ano passado. “Cerca de 70% das vendas do setor serão realizadas no segundo semestre, dado o período de plantio”, finalizou Sampaio.

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