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Mercado de energia foi o responsável pela alta recente do açúcar

Confira os dados do relatório da hEDGEpoint Global Markets

Mercado de energia foi o responsável pela alta recente do açúcar

O açúcar encerrou a semana passada em tom favorável, pois mesmo com queda no complexo energético (o WTI reduziu 11% na semana, por exemplo) o alimento se manteve firme variando apenas 0,6%.

Já o hidratado perdeu cerca de 120 pts, passando de 16,7 para 15,9c$/lb considerando Cbios, afetado não só pelo cenário energético mundial, mas também pelo corte de preço da gasolina pela Petrobras.

Até este ponto, afirma relatório da hEDGEpoint Global Markets, o suporte ao açúcar foi encontrado principalmente no clima frio europeu, na necessidade de cotas de importação da Indonésia e nos rumores de uma produtividade baixa na Índia.

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No entanto, ainda na sexta-feira, 09 de dezembro, o oleoduto Keystone vazou, criando o maior derramamento de petróleo bruto nos EUA em quase uma década.

Embora o relatório da Unica tenha sido interpretado como baixista na segunda-feira, o levantamento da perda de oferta de petróleo de pelo menos 2.600 barris oficializado na terça-feira levou o mercado a uma alta. Ao final da sessão, o WTI atingiu 75,4$/bbl (+3%) e o adoçante seguiu de perto ganhando quase 40pts, a 19,76c$/lb.

A tendência manteve sua força durante a sessão de quarta-feira, levando o açúcar a registrar novos ganhos, +2,7%, fechando em 20,3c$/lb tendo passado pelo maior nível em anos: 20,7c$/lb.

Somente após o fechamento do mercado de açúcar é que o FED anunciou a alta de 0,5 pp na taxa de juros. Como estava mais perto do limite superior esperado, o mercado percebeu que a taxa de juros esperada para o final de 2023 dos EUA, anteriormente em um nível de 4,6%, era bastante conservadora e deveria chegar a 5,1%. Isso levou o mercado a um clima mais cauteloso, tornando os ganhos recentes mais difíceis de manter.

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Desde o dia 14, o alimento já caiu quase 2%, enquanto o WTI 4%. Pode ser difícil ver os preços voltando para o nível de 20,7 c$/lb, especialmente devido à atual tendência macro: o BCE também deve aumentar suas taxas.

Do lado dos fundamentos, o mercado de açúcar caminha para um ano superavitário – tornando ainda mais difícil a manutenção dos ganhos recentes à medida que a moagem do Hemisfério Norte ganha ritmo.

Embora a safra da Índia tenha começado mais tarde do que o esperado, ela já superou os níveis de moagem e produção do ano passado — e a temporada passada foi recorde!

O desenvolvimento da cana teve boas condições; portanto, devemos ter cuidado ao considerar as notícias recentes sobre a produtividade.

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Uma queda para 34Mt poderia quase compensar o superávit global atual e poderia ser percebida como altamente otimista — no entanto, é muito cedo para afirmar quanto a redução da produtividade.

A Tailândia também iniciou a safra e, até o dia 6 de dezembro, cerca de 15 usinas já estavam operando, ante 9 no ano passado. Cerca de 0,3Mt de cana já foram moídas mantendo a expectativa do mercado positiva: espera-se uma recuperação.

Além disso, como discutido no último relatório, a perda de participação do hidratado na demanda brasileira de combustíveis dificulta ainda mais a redução do mix de açúcar.

Se a tendência atual dos preços na bomba persistir até, e durante, a próxima temporada, será extremamente difícil convencer as usinas a mudar sua produção para o hidratado. Embora seja cedo para afirmar, outro ano de maximização de açúcar é esperado, trazendo mais disponibilidade e pessimismo para a mesa.

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