Mercado

Medidas para estimular produção de etanol podem não ter efeito imediato

As medidas anunciadas na terça-feira (23) para estimular a produção de álcool podem não ter efeito imediato. O setor queria mais, e o governo não se comprometeu com a redução de preços para o consumidor.

O ministro da Fazenda e a presidente Dilma Rousseff não quiseram se comprometer com alguma redução do preço do álcool nas bombas, nos postos de combustíveis. Guido Mantega foi direto e disse que o que o governo quer é que o setor aumente os investimentos e a produção de etanol.

A produção de etanol vai ficar mais barata, mas as medidas de estímulo anunciadas pelo governo não garantem que o preço do combustível vá cair para o consumidor.

“O objetivo principal dessa redução é viabilizar condições para que o setor faça mais investimentos. Então não quer dizer, necessariamente, que o setor vai repassar para o preço”, afirmou o ministro Guido Mantega.

Recado que a presidente Dilma Rousseff também fez questão de deixar claro. “Não creio que seja uma decisão que eu possa tomar aqui. Eu chego e digo para vocês: `O preço vai ser assim ou assado´. Tem de ver como está o mercado, eu não tenho como adiantar para vocês”, disse.

Os produtores de etanol vinham reclamando das desvantagens do setor para competir com a gasolina, que teve redução de tributos. Agora, os incentivos são para alavancar a produção de etanol.

Pis e Cofins que hoje representam doze centavos por litro de álcool, a partir de maio, serão praticamente zeradas. Com essa desoneração, o governo vai deixar de arrecadar quase R$ 1 bilhão este ano.

Quem pegar financiamento para renovar os canaviais e para estocar etanol vai pagar juros mais baixos. Juntas, as duas linhas de crédito somam R$ 6 bilhões.

Outra medida, que já tinha sido anunciada pelo governo vai aumentar o consumo de etanol nos próximos meses. A partir de primeiro de maio, a mistura de álcool na gasolina vai aumentar de 20% para 25%.

Para os produtores, o pacote ajuda, mas não resolve os problemas do setor. “As empresas estão em muita dificuldade, espera-se que para esse ano sejam fechadas 12 usinas, além das 40 que já tinham fechado nas últimas cinco safras. De fato é um setor em estresse”, afirma Elizabeth Farina.

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