Mercado

Maranhão busca investidor ao setor sucroalcooleiro

A meta é incentivar o plantio de cana-de-açúcar e atrair 20 usinas para a produção de álcool. De olho no mercado de álcool, o Maranhão quer atrair investidores do setor sucroalcooleiro. A meta é incentivar a produção de cana-de-açúcar e a instalação de pelo menos 20 novas usinas voltadas para a produção de álcool combustível destinado aos mercados interno e externo. Com isso, o Estado espera captar investimentos de R$ 6 bilhões e gerar em torno de 70 mil empregos.

Para atrair os investidores, o governo vai lançar, em junho, o Programa Sucroalcooleiro do Maranhão. Em fase de conclusão, o programa consiste no levantamento completo das condições oferecidas pelo Estado para desenvolvimento da atividade, conforme explica o secretário estadual de Indústria e Comércio, Ronaldo Braga.

Depois de lançado no Estado, o programa também vai ser apresentado a investidores em São Paulo. “O Maranhão vai apresentar condições ímpares para o desenvolvimento da atividade socroalcooleira”, adianta Braga. Para indicar todas as potencialidades, ofertas de infra-estrutura e subsídios da política de atração de investidores na área sucroalcooleira no Estado, o governo contratou a consultoria da Fundação de Estudos Agrários Luís de Queiroz (FEALQ), de São Paulo. Por que o Maranhão aposta no setor sucroalcooleiro no Estado? O superintendente de Políticas e Infra-Estruturas Industriais da (Sinct), Deusdethe Evangelista aponta, entre as razões, a grande procura no mercado interno e externo pelo álcool, principalmente, em virtude da questão ambiental, do Protocolo de Kioto e da escassez da reserva de petróleo no mercado. “O álcool é uma energia renovável e tem grande capacidade de geração de emprego”, avalia. Além disso, com o aumento do número de usinas, o Estado passaria a produzir também álcool destinado ao mercado externo.

Infra-estrutura

Entre os atrativos maranhenses para a indústria do álcool, de acordo com a Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Turismo (Sinct), estão os preços baixos da terra, em comparação com os demais estados; infra-estrutura básica e potencial de energia, comunicação, sistema viário e rede de abastecimento de água, além de incentivos fiscais subsidiados.

O governo está realizando um levantamento de áreas propícias ao plantio de cana-de-açúcar para indicação aos investidores – provavelmente, nas regiões sudoeste e central do Maranhão. São municípios como Imperatriz, Grajaú, Riachão. Segundo Deusdethe Evangelista, nestas cidades é possível encontrar terras com preços que variam de R$ 0,20 a 0,50 o metro quadrado. O objetivo do governo é envolver empresas e produtores rurais individuais.

Para facilitar o escoamento da produção, uma das alternativas de logística é que as usinas se instalem próximas à linha da Estrada de Ferro Carajás (EFC), visando utilizá-la para transportar o álcool até o porto do Itaqui, em São Luís.

O Maranhão produz atualmente cerca de 160 milhões de litros de álcool, que têm como destino, a região Nordeste do Brasil, de acordo com informação da Secretaria de Indústria e Comércio. O Estado possui, atualmente, três usinas de álcool em funcionamento: a Agro Serra – Agropecuária e Industrial Serra Grande Ltda. (em São Raimundo das Mangabeiras); a Itajubara Usina de Álcool, do Grupo João Santos (no município de Coelho Neto) e Maity Bioenergia S/A (em Campestre do Maranhão, a 787 quilômetros de São Luís). A Agro Serra tem entre os clientes a Esso, Texaco e Petrobras.

Existe uma nova usina de álcool em fase final de instalação, a TG Agro Industrial, no município de Aldeias Altas, a 392 quilômetros de São Luís. O início das operações está previsto para junho deste ano. A empresa tem previsão de alcançar uma área plantada de 10 mil hectares em quatro anos, segundo o gerente agrícola, Genival Fernandes.

Cana-de-açúcar

Este ano, a área plantada de cana-de-açúcar no Maranhão alcançou o total de 40.292 hectares (8,45% a mais do que a de 2005). A área destinada à colheita é de 39.018 hectares, com previsão de incremento de 22,9% em relação à colhida em 2005. São Raimundo das Mangabeiras, Campestre e Coelho Neto são os principais municípios produtores.

Banner Revistas Mobile