Mercado

Máquinas cortam mais

O corte mecanizado da cana-de-açúcar avança e deve chegar a 80% em canaviais de algumas usinas de açúcar e de álcool já em 2008. A avaliação foi discutida ontem, no Centro de Convenções de Ribeirão, durante o 9º Seminário de Mecanização e Produção de Cana-de-Açúcar, que termina hoje.

O emprego de colhedoras, segundo a legislação estadual, deve crescer gradativamente até 2031, embora o secretário estadual do Meio Ambiente, Francisco Graziano, avalia com a cadeia do setor sucroalcooleiro discussões para apressar esse crescimento, em nome da redução da poluição resultate da queima.

Mas independente da legislação, as usinas apostam em novas tecnologias do sistema de corte cru para ampliar o emprego das máquinas. A Usina Passa Tempo, localizada em Brilhante (MS), investe em um sistema de engate rápido de facas nas colhedoras, o que aumentou a produtividade. Com isso, a fábrica, até então controlada pelo grupo Tavares de Melo e desde ontem pertencente ao grupo francês Louis Dreyfus Commodities Bioenergia, planeja mecanizar o corte em 60% da área na safra deste ano, ante 40% do ciclo anterior.

“Mas já prevemos a possibilidade de a mecanização chegar a 100% do corte com o emprego de troca rápida do sistema de engate”, disse Silvio Janegitz Júnior, gerente agrícola da Passa Tempo, no evento, promovido pelo IDEA.

RESULTADOS

Menos perdas e ganho de produtividade

O sistema de troca rápida das colhedoras facilita a vida do operador, um tipo de profissional cada vez mais freqüente nos canaviais com corte cru mecanizado.

Ao invés de facas (acessório que faz o corte e é engatado à máquina) parafusadas, que têm mais durabilidade mas difícil operação, a Usina Passa Tempo prefere o sistema de troca rápida, em que as facas são encaixadas sem o emprego de chave-de-fendas.

“Temos uma série de benefícios, como menor tempo de parada, mais qualidade do corte, menos impurezas e menos arranquio de soqueira (danos à cana nova, em fase de formação)”, resume Silvio Janegitz Júnior, gerente agrícola da Usina.

Segundo ele, apenas na questão da perda de cana de soqueira, o sistema permite prejuízo 5% inferior.

“Em cinco anos, teremos 25% menos desse tipo de perda, o que é um ganho muito importante para a empresa”, conta.

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