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Luz elétrica agora vem da cana-de-açúcar

Desde a última quinta-feira, a Companhia Alcooleira de Conceição da Barra (Alcon) está exportando 2.4 megawatts (Mw) para a rede de distribuição de energia elétrica da Escelsa. Esse volume é suficiente para atender à demanda de uma cidade do porte de Conceição da Barra. O curioso é que a energia é gerada a partir da queima do bagaço da cana, utilizada na produção de álcool.

A Alcon é a primeira usina sucroalcooleira do Espírito Santo a co-gerar energia. A autorização da Agência de Energia Elétrica (Aneel) para o serviço foi emitida na semana passada. A Alcon, segundo o diretor de Produção, Nerzy Dalla Bernardina Júnior, ficou dois anos à espera da conclusão do processo para a venda de energia excedente gerada no processo de produção da usina.

Capacidade

O consumo da Alcon é de 4 Mw, bem inferior ao seu potencial, que é de 9.6Mw. Mesmo na primeira fase do processo de co-geração, a energia exportada para a linha de distribuição é menor que a capacidade de geração de 5.6 Mw. Isso acontece porque a linha da Escelsa não tem capacidade para distribuir a totalidade da energia que a usina poderia gerar.

Com isso, a usina deixa de produzir 3.2Mw. Para se ter idéia da importância do potencial de produção da usina, de 5.6 Mw, basta dizer que essa energia seria suficiente para atender aos municípios de Conceição da Barra, Pedro Canário e também parte de Pinheiros, explica Bernardina.

Enquanto um grande volume de energia deixa de ser gerado na usina, parte da Região Norte e Noroeste do Estado sofre com a pouca oferta. Em Pinheiros, o município que, proporcionalmente, tem a maior área de lavouras irrigadas do país, nos períodos mais longos de estiagem, nem todos os irrigantes conseguem manter os equipamentos ligados, porque não há energia suficiente, explica Bernardina.

Para exportar toda a energia que a Alcon tem capacidade para co-gerar, é preciso a construção de um novo linhão de distribuição. A necessidade do linhão se acentua porque a usina quer ampliar seu potencial de co-geração para 21 Mw, em 2012, com o investimento de R$ 12 milhões que será feito. O custo dos 42 quilômetros do linhão está estimado em R$ 40 milhões.

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