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Lula quer acordo bilateral sobre álcool com EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá propor ao colega americano George W. Bush, no dia 9 de março, em São Paulo, um acordo bilateral para a produção e fornecimento de álcool etanol. Lula espera, assim, fazer com que os EUA abram parte do seu mercado ao produto brasileiro – que tradicionalmente enfrenta barreiras para entrar naquele país. Os dois presidentes devem voltar a se encontrar no dia 31, desta vez nos EUA.

Lula avalia que Bush poderia fazer uma concessão de médio prazo, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo. O Brasil, por sua vez, usaria o período para uma reformulação no mercado produtor de álcool, que poderia incluir a criação de uma nova subsidiária da Petrobras com poderes para regular o mercado interno e coordenar contratos no mercado internacional.

O Ministério de Minas e Energia elabora projeto de lei que prevê leilões de até 20 anos para que usineiros vendam álcool para a subsidiária. Haveria garantia de preço mínimo em relação à cotação externa do produto.

Nas contas de Lula, os produtores brasileiros precisam se preparar para um possível acordo com os EUA porque, caso Bush resolva abrir o mercado americano, o Brasil não teria capacidade para suprir a demanda. O brasileiro espera, então, que os usineiros se adaptem a um eventual aumento de consumo, equilibrando suas produções de açúcar e álcool. Assim, não haveria escassez de nenhum dos produtos.

Japoneses já se queixaram da dificuldade de fechar contratos de longo prazo com usineiros brasileiros. A França está disposta a adicionar álcool do Brasil à sua gasolina, mas há dificuldades para produzir e entregar o produto em grande escala.

Em discurso no Congresso em janeiro, Bush propôs que os EUA reduzam em 20% o consumo de gasolina até 2017. Na opinião de Lula, Bush teria interesse em deixar um legado “ambiental” nos seus dois últimos anos de governo.

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