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Lula e Chirac discutem negociações internacionais e projetos de biodiesel

O presidente da França, Jaques Chirac, desembarca na noite de hoje em Brasília acompanhado de ministros e uma comitiva de aproximadamente 20 empresários. Amanhã, Chirac encontra-se em dois momentos com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva: a primeira, pela manhã, no Palácio do Alvorada, onde serão assinados protocolos de cooperação tecnológica entre os dois países.

À noite, Lula oferece um jantar para a comitiva francesa no Palácio do Itamaraty. De acordo com o porta-voz da presidência da República, André Singer, a visita de Chirac é encarada pelo Brasil como uma retribuição da ida de Lula a Paris, no ano passado, em comemoração ao ano do Brasil na França.

No campo tecnológico, o principal convênio será entre a Fundação Oswaldo Cruz e o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Singer também adiantou a possibilidade de que os dois presidentes dêem uma declaração conjunta sobre biocombustíveis. “Há uma possibilidade de criação de um fundo internacional para desenvolver a produção de biodiesel em países em desenvolvimento”, afirmou o porta-voz.

Segundo Singer, existe a intenção de uma cooperação entre os países para ajudar nações africanas, sobretudo as que tiveram colonização francesa. “Uma das maneiras de ajudar poderá ser o estímulo à produção de biocombustíveis”, adiantou o porta-voz.

Singer afirmou ainda que os dois presidentes poderão conversar sobre os impasses na Rodada Doha da Organização Mundial de Comércio (OMC) e negociações entre o Mercosul e a União Européia. “O presidente Chirac compartilha das teses defendidas pelo governo brasileiro sobre as necessidades de reforma na ONU e o pleito do Brasil de conseguir um assento no Conselho de Segurança”.

O porta-voz lembrou que Chirac, por diversas vezes, elogiou o esforço do presidente Lula no combate à pobreza e à fome em todo mundo. E destacou os bons números comerciais gerados no relacionamento entre os dois países. “A França é, hoje, o quarto maior país em estoques de investimentos diretos no Brasil, com um montante de US$ 12 bilhões, especialmente no setor automotivo. O comércio bilateral praticamente dobrou nos últimos dez anos, atingindo a cifra de US$ 5 bilhões”, lembrou o porta-voz brasileiro.

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