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Lula defende novo modelo elétrico, mas setor tem críticas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o novo modelo elétrico, anunciado no mês passado pelo ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, ao participar na tarde da última sexta-feira da inauguração de uma pequena central hidrelétrica em Poços de Caladas, no sul de Minas Gerais. “o novo modelo do setor elétrico, concebido pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff (presente à inauguração), vai evitar novos ‘apagões’ e estamos criando condições para que o País volte a crescer, tenha mais empregos e faça uma justa distribuição de renda”, disse Lula.

O presidente explicou que o novo modelo, instituído por medida provisória que deverá ser votada a partir desta semana pelo Congresso Nacional em sua segunda convocação extraordinária no governo Lula, “respeita contratos e estimula investimentos privados e eficiência com tarifas mais baixas”.

Para o presidente do Sindaçúcar/PE (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Pernambuco), Renato Cunha, como já noticiou o JornalCana, o novo modelo elétrico não levou em consideração a capacidade de cogeração do setor sucroalcooleiro. No seu parecer, está sendo um erro diante da capacidade de produção das usinas e destilarias. Atualmente poderiam rapidamente produzir 8 mil mega watts (2/3 de Itaipu), e até mesmo chegar a 15 mil mega watts dependendo do desenvolvimento de novas tecnologias e aproveitamento total da palha da cana hoje queimada.

O empresário Jairo Balbo, do Grupo Balbo (usinas São Francisco e Santo Antônio), em Sertãozinho, região de Ribeirão Preto (SP), em entrevista ao JornalCana, também já fez críticas do novo modelo elétrico. Para ele, “esse novo modelo é estatizador e não incentiva investimentos da iniciativa privada”. Ele acrescenta que “tanto é que estamos prontos para implantar um projeto prá cogerar 17 MW e que prevê um investimento de R$ 35 milhões, mas a incerteza do mercado de energia elétrica está retardando a implantação desse projeto”.

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