Mercado

Logística reforça consolidação com a aliança de 5 empresas

As empresas de logística seguem a tendência de consolidação do setor ao anunciar novas fusões, como o surgimento da brasileira Trafti, que nasce com a perspectiva de se colocar entre as 10 maiores empresas do País. Resultado da união entre Ajofer, Fantinati, Trans-Postes, Transvec e Mestralog, a companhia inicia operações com o objetivo de faturar R$ 400 milhões em cinco anos – a cifra está hoje na casa de R$ 250 milhões. Outro exemplo é o início, este mês, das atividades da AeroLogic, que surgiu por uma joint venture das alemãs DHL Express e Lufthansa Cargo para operar carga aérea, especialmente em rotas entre a Europa e a Ásia.

No caso da Trafti, que surge com 20 filiais divididas entre os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, com o objetivo de expandir a curto prazo para as Regiões Norte e Nordeste brasileiras, bem como para outros países da América do Sul, “a confirmação desta f usão é uma resposta à crise”, comentou Antonio Wrobleski, presidente da Trafti. O executivo revelou que as conversações para a união das empresas começaram antes de ser deflagrada a turbulência econômica, e a transação gerará uma sinergia que deve fortalecer os negócios. “No segundo semestre devemos abrir uma filial na Argentina”, disse Wrobleski, que listou Chile, Colômbia e Uruguai como alvos em potencial da operadora.

Outro ponto levantado é a diversificação dos setores que serão atendidos pela Trafti, estratégia que tem sido usada por várias empresas de logística para sofrer menor impacto das oscilações econômicas de um segmento ou outro.

Entre os principais clientes do novo operador logístico, estão segmentos como automobilístico, sucroalcooleiro, alimentos, tecnologia e farmacêutico. “Anunciaremos um importante contrato dentro de alguns dias”, contou Wrobleski, afirmando ainda que, “se consideradas as 100 maior es empresas do País, mais de 10 já são atendidas pela Trafti “, como disse.

A integração total dos sistemas das cinco empresas envolvidas na fusão já está ocorrendo, principalmente na área de tecnologia da informação (TI). Mas a personalização total da frota deve levar até um ano, por causa da frota expressiva da Trafti, composta por mais de mil equipamentos. “Uma empresa de logística não pode deixar seus veículos parados, temos de aplicar a marca aos poucos, sem prejuízo a nossas operações, ainda assim, será personalizada uma média de 100 veículos por mês”, contabilizaram os executivos envolvidos na operação.

Por enquanto, os principais investimentos da Trafti estão concentrados na TI voltada para gerenciamento logístico, com a projeção de que os aportes fiquem em torno de R$ 20 milhões ao ano. As operações da companhia estarão concentradas não só no transporte de cargas, mas também na movimentação em portos e aeroportos e na armazenagem.

A Trafti vai dispu tar no mercado brasileiro com operadores consolidados mundialmente, como as europeias Ceva Logistics e TNT, que acaba adquirir a nacional Expresso Araçatuba, anos depois de ter comprado o Expresso Mercúrio. Entre as nacionais, uma forte concorrente é a Julio Simões Logística.

“Vamos partir em busca de novos clientes, oferecendo soluções personalizadas, mas em uma concorrência saudável, pois o mercado brasileiro ainda está em desenvolvimento”, assegurou o presidente da Trafti, que durante anos esteve à frente da norte-americana Ryder Logística, aqui no Brasil – empresa que encerrou suas operações na América do Sul recentemente.

Além de deter mil equipamentos na frota, a Trafti soma mais de 50 mil metros quadrados em armazéns cobertos e mais de 250 mil metros de área total, que serão tocados por mil funcionários. A empresa está sediada em São Bernardo do Campo, na região metropolitana da cidade de São Paulo.

Carga aérea

A AeroLogic, resultado de uma joint v enture da DHL com a Lufthansa Cargo, faz seu primeiro vôo em 29 de junho próximo, com o intuito de oferecer novas rotas entre Europa e Ásia. “A nova companhia mostra forte empenho dos parceiros para oferecer novos serviços aos clientes”, disse Wolfgang Mayrhuber, diretor executivo da Deutsche Lufthansa AG.

A companhia inicia com duas rotas e uma aeronave cargueira, mas pretende aumentá-las em 2010.

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