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Lançado relatório "Rumo a uma economia de etanol de próxima geração" em Davos

A Bloomberg New Energy Finance (BNEF) lançou ontem o relatório “Rumo a uma economia de etanol de próxima geração”, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suiça. Encomendado pela Novozymes, o relatório estima as perspectivas sócioeconômicas da implantação de biocombustíveis avançados em oito das maiores regiões agrícolas no mundo, isto é, Argentina, Austrália, Brasil, China, Estados Unidos, Índia, México e União Européia.

Michael Liebreich, Diretor-Executivo da Bloomberg New Energy Finance, afirma que há um enorme recurso global de resíduos agrícolas que podem ser recolhidos de forma sustentável a cada ano, sem alterar os padrões de uso atual da terra e sem interferir na cadeia alimentar. “Estima-se que 17,5% do resíduo agrícola produzido hoje em dia poderia estar disponível como matéria-prima para biocombustíveis avançados. Com essa quantidade, poderiam ser produzidos biocombustíveis avançados suficientes para substituir mais de 50% da demanda de gasolina prevista para 2030”, explica.

Segundo o executivo o mundo tem uma oportunidade única

para desenvolver uma indústria de bioprodutos de próxima geração em

2030, baseada em resíduos agrícolas.

O relatório mostra que as oito regiões analisadas têm potencial para diversificarem a renda dos agricultores, gerarem receitas que variam de US$ 1 trilhão para US$ 4,4 trilhões de dólares entre hoje e 2050, além de criarem milhões de empregos. Por exemplo, o relatório mostra que os biocombustíveis avançados podem criar até 2,9 milhões

de empregos na China; 1,4 milhões de empregos nos Estados Unidos; e,

cerca de 1 milhão de empregos no Brasil. O impacto nas alterações

climáticas também seria reduzido, considerando que os biocombustíveis

avançados emitem 80% menos gases de efeito estufa que o etanol.

“Num momento em que todos nós estamos lutando para criar empregos e garantir o nosso futuro econômico, bem como encontrar uma forma

sustentável para produzir energia, este estudo mostra os benefícios de

uma transição para a sustentabilidade dos biocombustíveis e dos

bioprodutos. Isto também sinaliza fortemente que incentivos em

políticas públicas resultarão em grandes retornos para a sociedade”,

diz Steen Riisgaard, Presidente Mundial da Novozymes.

Há tecnologia para a produção de biocombustíveis avançados a partir de

resíduos agrícolas e as primeiras instalações em escala comercial

iniciarão a produção em 2012. Além disso, nas próximas décadas uma

variedade de outros bioprodutos avançados, tais como produtos

químicos e plásticos, também poderá ser produzida com base na mesma

matéria-prima, pavimentando o caminho rumo a uma economia biobaseada,

independente dos combustíveis fósseis, conforme informa a Novozymes.

No entanto, o relatório destaca uma série de barreiras em termos de oferta de matéria-prima, infraestrutura insuficiente e altos custos de capital que podem impedir a indústria de desbloquear este recurso.

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