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Laboratório de Hidrogênio para produção de combustível sustentável de aviação é inaugurado no RN

Um dos principais objetivos do novo espaço é chegar a um combustível que ajude a reduzir as emissões de gases do efeito estufa no transporte aéreo

Laboratório de Hidrogênio para produção de combustível sustentável de aviação é inaugurado no RN

A primeira planta piloto instalada no Brasil para produzir combustível sustentável de aviação (SAF, sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuels) foi inaugurada neta terça-feira (5).

“O Laboratório de Hidrogênio e Combustíveis Avançados (H2CA), um hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Norte (SENAI-RN) abre novos horizontes para a produção e terá, entre os principais objetivos, chegar a um combustível que ajude a reduzir as emissões de gases do efeito estufa no transporte aéreo brasileiro”, afirmam especialistas.

As instalações fazem parte da cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio do Projeto H2Brasil, junto com o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER).

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Para a diretora substituta de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia, Patricia Naccache, o Projeto H2Brasil apoia as políticas públicas implementadas pelo governo federal pelo tema de hidrogênio. “Este projeto é bastante extenso. Apesar do tema hidrogênio estar em alta ultimamente, as políticas públicas para o setor já existem há mais de 20 anos no governo federal”, pontuou.

Ainda de acordo com Naccache, dentro do Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), existe uma câmara temática de Fortalecimento das Bases Científico-Tecnológicas. “Aumentar pesquisa e desenvolvimento nesse mercado é um recurso valioso para desenvolver cada vez mais esse ecossistema e a economia do hidrogênio”, destacou durante a participação no evento.

Para o MME, considerando o papel fundamental desse investimento, é fundamental fortalecer os estágios iniciais dos projetos e dinamizar os ecossistemas de hidrogênio, além de construir capacidade tecnológica nacional.

Com o Laboratório de Hidrogênio e Combustíveis Avançados, a expectativa é elevar de 200ml/dia para até 5 litros/dia a produção de Syncrude, o petróleo sintético desenvolvido no Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis para ser transformado em SAF.

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A capacidade de produção do combustível será dimensionada por meio de estudos e experimentos práticos na área. Estudos de viabilidade técnica e econômica também deverão estimar, até o final do ano, o preço do combustível.

O SAF será obtido a partir de glicerina, coproduto da indústria de biodiesel com alto valor energético, mas atualmente subutilizado no Brasil ou exportado com baixo preço de mercado.

Projeto H2Brasil

O Projeto H2Brasil, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, investiu quase R$ 4 milhões para que o Laboratório possa produzir QAV sintético.

Além de apoiar a produção e a aplicação de Combustíveis Sustentáveis de Aviação no país, o objetivo é estudar e avaliar parâmetros operacionais na obtenção de Querosene Sintético.

O laboratório também deverá operar como unidade de testes para a indústria de aviação brasileira. O QAV produzido, segundo as instituições envolvidas, será certificado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e terá seus processos otimizados com o tempo para atender as necessidades da indústria.

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Também participaram do evento a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, Amaro Araújo, presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Rodrigo Melo, diretor regional do SENAI/RN e ISI-ER, Markus Francke, da GIZ, e Guilherme Calheiros, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI.

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