Mercado

Juros altos entram na pauta da Agrishow

O setor agrícola aproveitou a presença de autoridades ontem de manhã na abertura da 11ª Agrishow de Ribeirão Preto para reclamar da falta de financiamentos e dos altos juros.

Ao lado do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o presidente da Abimaq, Luiz Carlos Delben Leite, chamou a atenção do governo: “Não pode faltar financiamento”. O secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Antonio Duarte Nogueira Júnior, não repetiu no discurso a crítica feita momentos antes ao governo federal.

De acordo com ele, o governo dá “um tiro no próprio pé”, ao aumentar as taxas de juros, porque o agronegócio tem sido responsável pelos resultados positivos na balança comercial brasileira. “Isso cria instabilidade. E esse é um setor que não podemos descuidar, precisa ser tratado com muito zelo”, afirmou.

Segundo o secretário, os juros praticados eram menores em anos anteriores, o que propiciou o avanço tecnológico no campo.

“Até 2002, tínhamos os recursos do Moderfrota com juros de 8,75%. Nesse ano (2002), foram quase R$ 2,500 bilhões em financiamento que levaram o que há de mais eficiente para o campo, resultado no grande boom de tecnologia”, disse.

O ministro rebateu as críticas: “Nós ainda nem acabamos o plano de safra em vigência. Esse plano tem R$ 4,9 bilhões em recursos entre o Moderfrota e o Finame Rural e termina no fim de maio. Depois disso, teremos um novo plano”,a firmou. Sobre a falta de financiamento, no entanto, ele concorda com o secretário: “É tiro no pé mesmo”.

Uma preocupação do presidente da Agrishow, Sérgio Magalhães, é a criação de uma terceira faixa de juros, acima de 12,75%. Além da falta de financiamento, ele afirmou que os recursos precisam ser destinados durante todo o ano. “Os financiamentos são bons, mas nós precisamos de perenidade”, afirmou Magalhães.

Banner Revistas Mobile