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Japoneses vão importar etanol brasileiro, garante porta-voz do Ministério das Relações Exteriores

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Japão, Tomohiko Taniguchi, disse hoje (22), em entrevista coletiva, que não pode prever, ainda, a quantidade, mas que podia garantir que “existe um plano em andamento de importação, pelo Japão, do etanol brasileiro, com certeza”.

Taniguchi disse que não tem idéia a partir de quando essas negociações vão ser iniciadas. “Eu sou apenas um porta-voz do governo, eu não posso falar em nome das empresas privadas japonesas, mas certamente elas vão comprar etanol brasileiro, porque o Brasil é o maior produtor, se não o segundo, mas logo passará os Estados Unidos. As empresas japonesas já estão envolvidas com as usinas de etanol brasileiras e há uma grande possibilidade para isso”, disse Taniguchi.

Tomohiko Taniguchi começou seu briefing lembrando que há nove anos tinha sido feita a última visita ao Brasil de um ministro das Relações Exteriores do Japão. Dessa vez, o ministro Taro Aso, veio também para participar da 3ª Reunião Ministerial do Foro de Cooperação América Latina-Ásia do Leste (Focalal), iniciada hoje, e que será concluída amanhã (23), com a divulgação de um documento conjunto dos países participantes.

“Nesses últimos nove anos muitas coisas aconteceram no Brasil, que conseguiu se recuperar financeiramente, conseguiu acabar com a sua grande crise econômica, criando um reajuste fiscal, conseguiu desenvolver-se em termos de exportação, registrando atualmente um superávit na balança comercial, assim como um superávit orçamentário”, disse Taniguchi.

Segundo o porta-voz japonês, Brasil e Japão são candidatos a assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) e que o chanceler Celso Amorim prometeu o apoio brasileiro à candidatura do Japão a essa reivindicação. Amorim e Aso, segundo Taniguchi, prometeram mútuo apoio às reivindicações dos dois países nessa área.

O porta-voz disse que Brasil e Japão estiveram mais juntos nas décadas de 60 e 70, porque o Brasil era o país que mais recebia investimentos japoneses nas áreas de aço e soja, e que nesse campo foi o apoio japonês que levou o Brasil, hoje, a ser o maior produtor de soja do mundo.

Tomohiko Taniguchi informou que o interesse japonês na área de petróleo levou o ministro Taro Aso a visitar e sobrevoar, de helicóptero, a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, para conhecer de perto a tecnologia de ponta da Petrobras com relação à prospecção de petróleo em águas profundas. O interesse do ministro com relação a biocombustíveis também o levou a visitar uma usina de etanol, em São Paulo.

“Acreditamos que o mesmo sucesso que nós obtivemos nos anos 70, entre japoneses e brasileiros para a produção de soja, poderá ser repetido agora para a produção de cana-de-açúcar”, disse o porta-voz japonês. Ele garantiu que existe um plano, já em andamento, “para fazer o melhor uso dos biocombustíveis desenvolvidos no Brasil e que serão comprados pelo Japão, não sei em que quantidade nem a partir de quando”.

Ao lembrar que o Brasil é hoje a décima economia mundial, Tomohiko Taniguchi disse que o Brasil “não vai mais receber assistência ou doações financeiras do Japão, mas estreitar relações comerciais de interesse de ambos os países, um assunto de interesse – das empresas japonesas diretamente com suas congêneres brasileiras”.

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