Segundo Lindbergue Araújo, da Embrapa Agroindústria Tropical, entusiasta da energia eólica, “trata-se do sistema ideal para pequenos produtores que tenham bom vento ao seu dispor”. “Em todas as regiões do País há empresas que montam sistemas de cataventos eficientes”, diz. Segundo ele, um sistema de irrigação localizada estudado pela Embrapa, movido por essa matriz energética, permite uma aplicação freqüente de pequenas quantidades de água, que se ajusta à taxa de absorção pelas plantas cultivadas. “A eficiência de aproveitamento de água ocorre em função de sua melhor condução e distribuição das raízes da planta”, diz.
O sistema consiste na instalação de um cata-vento convencional, que deve, segundo ele, ser instalado sobre um poço com profundidade de até 17 metros.
“Com essa profundidade e com vento regular durante o ano, é possível instalar uma bomba de pistão, que servirá para elevar a água a uma caixa dágua a uma altura de até 6 metros.”
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FONTE DE ÁGUA
De acordo com Lindbergue, é necessário que exista uma fonte de água, que pode ser um poço, uma cacimba, um riacho ou um açude. Outra premissa básica para a instalação do sistema é que a propriedade esteja em uma região com ventos acima de 2,4 metros por segundo. “Faixas litorâneas e planaltos conseguem essas características”, informa.
De acordo com o Araújo, cada catavento com sistema de irrigação instalado abastece uma área de 8 hectares e o conjunto sai por aproximadamente R$ 4.300, de acordo com o preço de mercado. “É um modelo que deve ser pensado para médio e longo prazos, principalmente porque o produtor não precisa pagar pela fonte de energia, no caso, o vento”, avalia.
De acordo com Araújo, o rendimento médio desse equipamento é de 10mila 12mil litros a cada 24 horas. “Em casos específicos, com vento forte, podese chegar a 16 mil litros a cada 24 horas”, diz. O pesquisador acrescenta, ainda, que o sistema deve ser pensado como uma possível solução para tornar viável o cultivo irrigado em regiões nas quais não exista energia elétrica instalada. “É uma maneira relativamente barata de desenvolver novos pólos.” I.N.
