Mercado

Iraque estuda levar aviões da Embraer

O governo do Iraque quer comprar aviões civis da Embraer em seu esforço para reconstruir sua frota e as companhias de aviação do país. Ontem, em entrevista ao Estado, o ministro do Comércio do Iraque, Abdul Sudany, garantiu que o fato de o Brasil ter sido contra a guerra no Iraque para derrubar o ex-ditador Saddam Hussein é “uma coisa do passado”. “Queremos ter uma forte relação política com o Brasil e isso pode ocorrer também por meio do comércio.”

O ministro está em Genebra para iniciar o processo de adesão de seu país à Organização Mundial do Comércio (OMC), uma iniciativa financiada pelo governo dos Estados Unidos para garantir o Iraque como um ator no cenário internacional. Fontes em Genebra confirmaram que, durante a reunião de ontem na OMC, todos os documentos apresentados pelos iraquianos foram produzidos pelos próprios americanos. Vários diplomatas consideraram o processo de adesão do Iraque como prematuro, diante da situação de crise no país.

No que se refere ao comércio com o Brasil, Bagdá já enviou uma missão ao País para estudar a ampliação do comércio e, segundo as autoridades, uma nova delegação deve visitar o Brasil nos próximos meses.

De acordo com o Ministério do Comércio, os aviões da Embraer interessam aos iraquianos porque seriam adequados para as empresas que querem estabelecer rotas dentro do próprio país. A esperança do governo é de que, com uma eventual pacificação e estabilização do país, vários aeroportos possam ser reformados. Sudany deixou claro, porém, que não há ainda qualquer definição sobre quantos aviões seriam comprados.

“Temos uma história de forte fluxo comercial com o Brasil no passado e estamos certos de que esse fluxo vai voltar a ocorrer”, disse. De fato, nos anos 80, uma série de empresas brasileiras operava no Iraque e o país era um dos principais destinos das exportações nacionais para o Oriente Médio.

Segundo o Ministério do Comércio do país, os iraquianos também estudam a possibilidade de acordos para importação de açúcar e carne brasileira.

Banner Revistas Mobile