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Irã é a favor do aumento da faixa de preços do petróleo da Opep

O Irã é a favor de elevar a faixa de preços de oscilação para o barril de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de entre US$ 22 e US$ 28 a US$ 30 e US$ 35.

O representante do Irã na Opep, Hossein Kazempour Ardebili, entrevistado hoje desde Teerã pela Opecna, a agência de notícias da organização com sede em Viena, reconheceu que os onze países-membros buscam um consenso para elevar os limites da faixa de preços adotada em 2000.

No entanto, opinou que não seria conveniente modificá-la agora, nestes momentos de incerteza geopolítica.

Na sua opinião, fixar a faixa entre US$ 30 e US$ 35 por barril “não estaria longe das expectativas” quando for restaurada a calma política na região do Golfo Pérsico.

Em condições livres de tensões políticas, a Opep poderia elevar a faixa referencial com base em fatores como o preço do petróleo, a inflação e as oscilações do dólar em relação a outras moedas fortes, explicou Ardebili.

Ele insistiu que este assunto deve ser discutido em uma conferência ministerial da organização e qualquer decisão, que requer o voto unânime, só deverá ser adotada quando as condições do mercado permitirem aos países-membros defendê-la.

Lembrou, neste contexto, que a Opep tem que poder defender os preços fixados de forma conseqüente, através de aumentos e cortes de sua oferta, e advertiu que quanto mais elevado for o nível da faixa, maior é o risco de decidir em sua defesa.

O representante iraniano se referiu à atual discussão sobre a modificação da faixa de preços na Opep, depois que a Venezuela propôs, no último 3 de junho em Beirute, estudar a possibilidade de elevar seus limites.

Desde então, uma equipe de especialistas estuda o assunto e os primeiros resultados deverão ser apresentados ao Conselho de Ministros do grupo em sua próxima conferência regular, convocada para 15 de setembro em Viena.

Desde dezembro, o barril da Opep supera amplamente o limite máximo vigente (US$ 28): ontem, segunda-feira, foi vendido a US$ 37,02.

A Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, insiste na validade da faixa vigente.

“Queremos um preço justo, um nível que deixe os consumidores, os produtores e os possíveis investidores contentes” e que não impeça o crescimento da economia mundial, explica o ministro saudita de Petróleo, Ali bin Ibrahim Al-Naimi, à revista alemã “Der Spiegel”, em sua edição desta semana.

Segundo Naimi, um preço de US$ 42 por barril, como o que se viu recentemente nos EUA, “é claramente muito alto”, enquanto abaixo de US$ 20 seria muito barato.

“A faixa de preços oficial é absolutamente válida. A Arábia Saudita a respalda e faz tudo o que pode para mantê-la”, acrescenta.

O ministro do Petróleo da Argélia, Chakib Jelil, defendeu ontem a validade atual da faixa de oscilação adotada em 2000 a iniciativa da Venezuela.

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