A inflação de São Paulo medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na quarta semana de janeiro, de 0,56%, ficou abaixo do piso das expectativas do mercado, de 0,62% a 0,80%.
Na terceira semana de janeiro, o índice apresentou variação de 0,72%. O IPC mede a variação dos preços no município de São Paulo de famílias com renda de até 20 salários mínimos.
Entre os grupos pesquisados pela Fipe, Educação passou de 4,24% na comparação quadrissemanal, para 5,44% em janeiro. Saúde passou de 0,23% na semana passada para 0,32% em janeiro. Transportes foi de 0,93% para 1,03%. Habitação passou de 0,39%, para 0,34%.
Entre os grupos que apresentaram queda está o grupo Alimentação, que caiu de 0,47% da terceira prévia para 0,06% nesta última medição.
O grupo Despesas Pessoais também caiu, foi de 1,33% para 0,55% em janeiro. Vestuário, que na terceira prévia do mês teve uma leve alta de 0,05%, fechou o mês com deflação de 0,27%.
Na mesmo período do mês de dezembro, o indicador registrou os seguintes indicadores: Habitação, alta de 0,29%; Alimentação ficou em 0,47%; Transportes teve alta de 1,35%; Despesas Pessoais apresentou alta de 1,32%; Saúde apontou inflação de 0,61%; Vestuário registrou variação positiva de 0,81% e por fim Educação, com alta de 0,10%.
Para os economistas do Bradesco, o resultado veio positivo, uma vez que os núcleos também cederam em relação à prévia anterior.
Segundo a análise, o núcleo por média aparadas sem suavização saiu de 0,45% na terceira quadrissemana, para 0,36% no fechamento do IPC-Fipe, e o núcleo por expurgo diminuiu de 0,92% para 0,75% no período.
De acordo com os técnicos, os fatores que desviaram o resultado do índice em relação às projeções do mercado foram as taxas de alguns grupos que ficaram muito abaixo do esperado.
São eles: Despesas Pessoais, que desacelerou de 1,33% na terceira prévia do mês, para 0,55%, principalmente em função do item pacotes de viagem, em decorrência do arrefecimento das despesas que subiram muito no final do ano, por conta do Natal e Revéillon; Alimentação, que passou de 0,47% na semana anterior para 0,06%; e Educação, que apesar de acelerar para 5,44%, ante 4,24% – o que é considerado um período sazonal por conta das mensalidades escolares – veio abaixo das estimativas do mercado.
IPC-S sobe e causa preocupação
Apesar de o IPC-Fipe ter apresentado um cenário “benigno” em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), que mede a inflação nacional, veio alto e é um fator que deve deixar o Banco Central cauteloso em relação à sua política monetária nos próximos meses.
O IPC-S, que é apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), subiu de 0,81%, na semana anterior, para 0,88% na última semana de janeiro.
Por conta disso, o departamento econômico do Bradesco trabalha com mais uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro, e 0,25% em março.
Para os economistas do banco, a alta do índice mostra que os demais estados não estão refletindo o mesmo comportamento de queda da inflação, como ocorreu em São Paulo.
Eles calculam que o bom desempenho da inflação de São Paulo em janeiro pode ter ocorrido em função dos grupos Alimentação e Vestuário, que estão apresentando um comportamento favorável em relação às outras regiões do País. Pode ser que esses dois grupos estejam se beneficiando do clima chuvoso da região paulistana.