Mercado

Investimentos em cogeração aguardam definição de regras

Aumenta de demanda e escassez de investimentos, com projeção de crise no abastecimento a partir de 2006. É o cenário que especialistas desenham para o setor elétrico brasileiro, com a expectativa de que o Proinfa (Programa de Incentivo a Fontes Alternativas) defina as regras para a retomada da expansão do segmento. Apesar desse programa ter sido criado para desenvolver políticas para resolver os problemas de abastecimento de energia elétrica, as regras para o mercado de fontes renováveis ainda não foram definidas pelo governo, e o segmento de cogeração está praticamente parado.

“A energia elétrica é claramente o terceiro produto mais importante do setor sucroalcooleiro, mas ninguém vai investir num produto sobre o qual nada se sabe sobre as regras, dos valores até a forma como eles serão corrigidos”. A advertência é do especialista em energia, Onório Kitayama, assessor da Unica (União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo). Segundo dados do Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa), novos projetos ainda não saíram do papel, pois os produtores aguardam as resoluções na área de comercialização de energia para iniciar as obras de implantação do projeto.

Segundo relatório da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) existem em operação 34 usinas em cogeração, que totalizam 619.531 kW. Em construção, encontram-se sete usinas, que somam 75.079 kW. Em outorgas na agência, são mais de 390 mil kW. “Isso significa que o setor pode dobrar a cogeração apenas dentro dos limites com financiamentos do Proinfa”, acrescenta o assessor da Unica, alertando ainda que as usinas e destilarias poderiam rapidamente produzir 8 mil mega watts (2/3 de Itaipu), e até mesmo chegar a 15 mil mega watts dependendo do desenvolvimento de novas tecnologias e aproveitamento total da palha da cana hoje queimada.

Leia reportagem sobre cogeração na edição de setembro do JornalCana.

Banner Revistas Mobile