A inflação ao consumidor em São Paulo atingiu em agosto a maior taxa do ano, de 0,99%, mas deve desacelerar fortemente em setembro, para cerca de 0,40%, previu Paulo Picchetti, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), nesta sexta-feira.
“Foi a maior taxa do ano devido, literalmente, a meia dúzia de itens, dentro de tarifas e alimentos in natura. Mas a história daqui para a frente é bem diferente… Agora vai ter recuo muito significativo”, afirmou Picchetti.
Analistas ouvidos pela Reuters previam em média 1,12% para agosto, enquanto Picchetti estimava variação de 1%. Em julho, a taxa foi de 0,59%.
As maiores pressões no mês passado vieram de preços administrados e monitorados, responsáveis juntos por 0,60 ponto percentual da taxa.
Entre eles, energia elétrica subiu 9,55% e contribuiu com 0,39 ponto, e telefonia fixa aumentou 5,23%, impacto de 0,12 ponto.
Com isso, o grupo Habitação teve a maior alta de preços, de 1,78%.
Álcool combustível, contratos de assistência médica e gasolina foram as outras pressões entre os administrados e monitorados.
Alimentação também contribuiu para a aceleração da inflação em agosto, com avanço de 1,06%. As maiores variações foram de batata, tomate e cebola, todas acima de 20%.
O núcleo do índice passou de alta de 0,46% em julho para 0,62% em agosto.
No ano, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acumula alta de 4,4% e nos últimos 12 meses, de 6,67.
Para o ano, Picchetti manteve a projeção de uma inflação em São Paulo de 6%.