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Indústria de São Paulo inicia o ano em ritmo mais acelerado

A indústria de São Paulo iniciou o ano com resultados bem acima da média nacional e voltou ao nível recorde de produção em janeiro, segundo revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve alta de 3,4% em janeiro ante dezembro, o melhor resultado desde outubro de 2003, e aumento de 15,2% ante janeiro do ano passado, a maior variação para essa base de comparação desde setembro de 2004. Das 14 regiões pesquisadas, 13 mostraram resultados positivos ante igual mês do ano anterior.

A economista Isabella Nunes, da coordenação de indústria do IBGE, explicou que a indústria paulista, que responde por 40% da produção nacional, representou o principal impacto de crescimento para a indústria do País tanto ante dezembro (1,8% na média nacional, segundo os dados apresentados pelo IBGE na semana passada) quanto na comparação com janeiro do ano passado (8,5%).

Segundo ela, com o resultado de janeiro o Estado se recuperou das perdas ante mês anterior sofridas em novembro e dezembro e voltou ao mesmo patamar recorde de produção registrado em outubro. A principal influência de expansão para a indústria paulista em janeiro, ante igual mês do ano anterior, foi dada por veículos automotores, com expansão de 30% no Estado.

“São Paulo registrou expansões importantes nos três segmentos que tiveram maior impacto na indústria nacional”, disse. Além de veículos, foram destaque na indústria local outros produtos químicos (22,6%) e máquinas e equipamentos (10,7%). Em relatório, economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destacam que o “boom da indústria paulista” tem sido um dos fatores determinantes para o maior ritmo da indústria brasileira alcançado entre dezembro do ano passado (6,3% ante igual mês do ano anterior) e janeiro deste ano.

Impulso

Isabella observou que os bons resultados registrados pela indústria nacional em janeiro foram confirmados nos dados regionais do setor. “É um quadro bastante positivo para as regiões, confirmando o bom momento da indústria”, disse. Segundo ela, os locais que cresceram acima da média nacional na comparação com igual mês do ano anterior, como Paraná (19,7%), Amazonas (17,9%), São Paulo, e Minas Gerais (10,2%), expandiram pelos mesmos fatores que impulsionaram a produção nacional, como forte presença de bens de capital e de veículos automotores, recuperação do setor agrícola e destaque para commodities como minério de ferro e açúcar.

“A demanda interna favoreceu o resultado positivo em todas as regiões, mas os destaques foram esses locais, com forte presença desses segmentos”, afirmou. Os economistas do Iedi também avaliam que “a liderança do crescimento em janeiro da indústria brasileira nos setores automobilístico, máquinas e equipamentos e alimentos foi fundamental para moldar o desempenho industrial do ponto de vista regional.” Todos os locais cresceram na comparação com igual mês do ano passado, exceto o Ceará (-2,3%). Segundo Isabella, a perda na indústria cearense foi provocada por férias coletivas no setor têxtil, que tem forte peso na indústria local e cuja produção recuou 37,6% nessa base de comparação.

Por outro lado, o Paraná, que registrou o maior aumento anual entre as regiões e representou o segundo maior impacto para o crescimento nacional, já que tem menor peso que SP na indústria do País, teve o bom desempenho puxado especialmente por veículos automotores (54,3%), especialmente devido ao vigor na produção de caminhões.(AE)

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