Mercado

Importações pressionam e saldo cai 8%

A balança comercial teve, em agosto, exportações de US$ 15,10 bilhões e importações de US$ 11,56 bilhões, o que resultou em saldo de US$ 3,53 bilhões. Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Meziat, o mês passado teve “avalanche de recordes”, porque ainda não tinham sido registrados valores iguais a esses, em um mês, para vendas externas e compras de produtos estrangeiros.

No resultado acumulado de janeiro a agosto, as exportações brasileiras chegaram a US$ 102,43 bilhões e as importações foram de US$ 74,92 bilhões, o que leva a um saldo de US$ 27,51 bilhões nos primeiros oito meses. Meziat informou que o crescimento das exportações, de janeiro a julho, teve como base aumentos médios de 9% nos preços e 7,6% nas quantidades embarcadas. Em 2006, no mesmo período, os aumentos foram de 12,5% (preços) e 3,2% (quantidade).

“Se as exportações aumentam com base na elevação das quantidades embarcadas, isso significa que há mais produção e mais mercados atendidos no exterior. Portanto, dá alguma tranquilidade, em caso de ocorrer uma queda nas cotações internacionais das commodities”, explicou ontem o secretário.

Os números das exportações, neste ano, mostram aumentos de 24% para os produtos básicos e 11,2% para os manufaturados. Mas, na opinião do secretário, isso não significa que os manufaturados estão mal. Apenas revela que os básicos estão indo muito bem. A participação dos manufaturados na pauta de exportações é de 54,5%, segundo o governo federal. Os produtos básicos ficam com 29,4% e os semimanufaturados têm 13,8%.

No lado das importações, considerando o período de janeiro a agosto, os bens de capital tiveram aumento de 27,3% e os bens de consumo subiram 31,8%. Nos bens de consumo, a maior elevação foi de 52,5% em automóveis. A explicação dada pelo governo foi a de que a base de comparação das vendas externas desse segmento é muito pequena e essas maiores importações de veículos decorrem de acordos automotivos firmados com a vizinha Argentina e o México.

Na análise da composição das importações, de janeiro a agosto, os bens de capital representam 20,9% do total e as matérias-primas e bens intermediários ocupam espaço de 50,2%. As compras de bens de consumo ficam com 13,1% do total, abaixo da participação do grupo combustíveis e lubrificantes (15,8%).

Apesar dos recordes históricos registrados para o mês de agosto, o saldo comercial acumulado neste ano (US$ 27,51 bilhões) já é US$ 2,2 bilhões menor que o do mesmo período do ano passado. O secretário disse que isso já era esperado pelo governo, porque o ritmo de crescimento das importações (27%) é bem maior que o das exportações (15,2%) até agora.

Para Armando Meziat, a meta de US$ 155 bilhões de exportações definida para este ano será cumprida, porque foi calculada com base numa variação de 12,5% nas vendas externas e a taxa efetiva (15,2%, considerando as médias diárias) já é maior.

A exportação de produtos básicos teve aumento de 24% de janeiro a agosto, mas, para Meziat, essa elevação não foi provocada apenas pelos preços mais elevados. As maiores elevações de quantidades exportadas foram, no período de janeiro a agosto: milho (129,4%), açúcar refinado (44,5%), carne de frango industrializada (43%), petróleo (26,3%) ônibus (24%), carne suína in natura (21,7%), gasolina (21,7%) e carne de frango in natura (20,3%).

As maiores quedas de quantidades embarcadas para o mercado externo neste ano foram verificadas nos segmentos de telefones celulares (32%), óleos combustíveis (21,5%), semimanufaturados de ferro e de aço (14,6%), automóveis (13,6%), motores para automóveis (12,6%) fio-máquina (7,2%), soja em grão (6,5%) e ferro-ligas (6,4%). O secretário de Comércio Exterior também comentou ontem que a crise financeira internacional ainda não mostrou impacto sobre a economia real e, consequentemente, nas exportações brasileiras.

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