Mercado

IGP-M registra inflação de 0,34% na 2a prévia

Na segunda prévia de maio, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,34%, interrompendo seqüência de três deflações consecutivas, e registrando a maior taxa desde janeiro. Mas, o número, anunciado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pela Agência Estado. O período de coleta de preços foi do dia 21 de abril a 10 de maio.

O fim da deflação nos preços das matérias-primas brutas no atacado (que registraram variação de -3,02%, em abril, e alta de 0,7%, em maio) comandou a alta do IGP-M, segundo avaliou o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

“Há um movimento de pressão para cima, por parte das matérias-primas agropecuárias”, disse. É o caso da soja (que havia registrado queda de -3,89%, em abril, e, agora, subiu 0,69%); do milho (de -8,38% para 5,82%); dos suínos (de -16,74% para 6,24%) e dos bovinos (de -0,42% para 0,92%).

Segundo o economista, o período de deflação nos preços dos bens intermediários também chegou ao fim (de -0,27% para 0,85%). Quadros lembrou que os preços dos combustíveis e dos metais, que fazem parte dos bens intermediários, estão registrando movimentos de aceleração no atacado.

Os combustíveis e lubrificantes no atacado subiram 0,36%. Os óleos combustíveis tiveram alta de 4,38% e querosene para motores, de 6,12%. “Só não estão disparando graças ao álcool”, que teve queda de 3,65%. “Agora é o momento de safra”, lembrou Quadros.

Segundo o economista, o bom momento do preço do álcool influenciou o preço da gasolina, que caiu 0,29%. No caso dos metais, os preços do ferro, do aço e dos derivados subiram 0,81%. Quadros lembrou que os produtos siderúrgicos passam por um momento de recuperação de preços, após uma temporada de deflações, iniciada no final do ano passado.

O preço do ferro-gusa, por exemplo, subiu 8,42%. “O ferro-gusa foi um dos produtos que mais registraram queda de preços no atacado em 2005, e encerrou o ano com queda em torno de 38%. É natural que agora haja uma recuperação (de preços)”, comentou Quadros.

Ao falar sobre os preços dos metais, o economista lembrou que esses produtos passam por um movimento de alta no mercado internacional. Houve aceleração de preços em metais não-ferrosos (de 2,54%, em abril, para 5,76%, em maio); do cobre eletrolítico (de 7,43% para 16,13%); e do alumínio em lingotes (de 1,92% para 2,17%).

Os três indicadores que compõem o IGP-M registraram alta na segunda prévia de maio. O Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% do índice, teve alta de 0,38%. É a maior taxa desde janeiro. O IPA agrícola subiu 0,04%, enquanto o IPA industrial registrou alta de 0,48%.

No âmbito do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais apresentaram queda de 0,51%. No ano, o IPA acumula alta de 0,17%, mas registra queda de 2,28% em 12 meses.

De acordo com a FGV, até a segunda prévia de maio, os preços dos produtos agrícolas no atacado acumulam quedas de 4,03% no ano; e de 10,92% em 12 meses. Já os preços dos produtos industriais têm elevações de preços de 1,49%, no ano, e de 0,62%, em 12 meses.

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