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Guarani converterá energia em créditos de carbono

São Paulo, A Açúcar Guarani poderá agregar mais uma atividade ao seu negócio este semestre – a comercialização de créditos de carbono. O projeto de co-geração de energia por meio de biomassa da empresa foi enviado à Organização das Nações Unidas (ONU), após aprovação pela Comissão Interministerial de Mudanças Climáticas. Trata-se de projeto de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), nos moldes do Protocolo de Kyoto, que projeta a redução de 5,2%, até 2012, dos gases causadores do efeito estufa.

“Nossa expectativa é vender 130 mil toneladas de CO2 convertidas em crédito de carbono em dez anos”, diz o diretor industrial da Guarani, Antonio Alberto Stuchi. O projeto implica na conversão em créditos das toneladas de dióxido de carbono que deixam de ser liberadas por combustíveis fósseis à medida que a energia é obtida pelo bagaço da cana-de-açúcar. A contagem dos créditos é retroativa a 2003 e abrange apenas a energia vendida pela unidade de Olímpia (SP), pois a produção de energia de Severínia (SP) é exclusiva para consumo próprio.

Stuchi prefere não estimar quanto a empresa poderá obter com a venda de créditos de carbono. “O preço da tonelada está hoje de US$ 4 a US$ 5. Vamos esperar um cenário mais definido para dar início à comercialização dos créditos”, diz.

O projeto será submetido a auditoria que vai verificar o controle da emissão de gás carbônico e quanto a empresa vendeu de energia desde o início do projeto. “Quando a ONU certificar o projeto, a Açúcar Guarani poderá comercializar os créditos”, diz o vice-presidente da área de créditos de carbono da Econergy, Marcelo Junqueira. Ele estima que 15% das usinas tenham projetos de MDL no País. No fim de 2005, a Econergy submeteu 22 projetos à Comissão Interministerial – 19 de açúcar e álcool e três de aterros sanitários.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Chiara Quintão)

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