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Grupo Arakaki contrata menor impedido de trabalhar aos 13 anos

O Grupo Arakaki contratou este mês o adolescente Carlos Henrique Gavioli, que foi impedido de trabalhar em 2007, em uma oficina mecânica, pelo Ministério do Trabalho

Carlos começou a trabalhar como Jovem Aprendiz na revenda Massey Ferguson do Grupo Arakaki, na cidade de Fernandópolis, SP, e já possui registro em carteira. A participação do menor no mercado de trabalho só foi possível através do Centro Social de Menores do município, que fez toda a intermediação entre o jovem e a empresa.

Segundo Sandra Moreira, assistente social do Centro Social de Menores, Carlos está trabalhando no setor de vendas da empresa, das 13h às 17h, e tem sido acompanhado pela instituição.

“O primeiro passo que tomamos, foi o de conversar com o subdelegado do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Robério Cafagni, que não só aprovou a iniciativa da instituição, como deu autorização para que o garoto fosse contratado. O Carlos já foi registrado em carteira e possui todos os direitos trabalhistas conferidos por lei”, afirmou Sandra.

De acordo com o juiz da Vara da Infância e Juventude, Evandro Pelarin, o direito do adolescente de trabalhar está na Constituição e deve ser cumprido.

“O desejo do Carlos de trabalhar está na Constituição. É um desejo legítimo, cristalino e um dos mais puros. Esse menino e a família enfrentaram inúmeras dificuldades, porque mesmo quando eu o autorizei a trabalhar, a fiscalização do Ministério do Trabalho esteve na empresa e acabou provocando sua demissão. O processo teve recurso, mas não foi reconhecido. Eu quis desde o primeiro momento assegurar o direito do garoto de trabalhar”.

“O Poder Judiciário fez de tudo para que esse menino pudesse estar trabalhando. Assim como Carlos, inúmeros outros querem trabalhar. Estamos muito confiantes e otimistas, já inserimos mais de 100 adolescentes no mercado de trabalho e continuamos comprando essa briga. Porque precisamos pôr essa meninada para trabalhar”, justificou o juiz da Vara da Infância e Juventude.

Para o Grupo Arakaki, a contratação de Carlos só veio honrar a empresa. “Nós ficamos honrados em poder contratar o Carlos, que é um garoto muito esforçado. Eu sempre fui a favor da criança trabalhar, eu mesmo comecei a trabalhar aos oito anos de idade, na roça. Depois fui trabalhar em uma empresa onde varri chão e lavei banheiro por 90 dias, depois fui promovido pelo meu chefe”, acrescentou o diretor do Grupo Arakaki, Kosuke Arakaki.

Já o adolescente disse estar contente com o novo emprego e que não havia desistido de lutar pelo seu sonho. “Não se tira facilmente o sonho de um jovem”, concluiu Carlos.

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