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Governo poderá taxar exportação de açúcar para conter alta do etanol

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta segunda-feira, 10, que a taxação da exportação de açúcar para estimular a produção do etanol no país está inserida no rol de medidas que o governo poderá tomar para conter a alta de preço. Entretanto, a escolha desta alternativa, segundo o ministro, será evitada ao máximo.

O ministro acredita que a taxação da exportação de açúcar, que tem o preço mais atrativo para o produtor de cana-de-açúcar, também não teria efeito significativo de curto prazo, considerado importante para ajudar a conter a pressão sobre a inflação. “Ainda é uma hipótese, mas esta será a última medida, que também não terá um efeito a curtíssimo prazo”, disse ministro ao Valor.

Lobão considera que as decisões mais importantes para o setor de etanol já foram tomadas pelo governo. Ele citou o aumento do consumo de gasolina, importação de volume significativo do próprio etanol, oferta de incentivos à produção de etanol, crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos produtores de cana-de-açúcar e transferência do papel de fiscalização para Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O ministro participará nesta tarde de dois encontros com a presidente Dilma Rousseff. Conforme foi antecipado pelo Valor na semana passada, a reunião marcada para as 15 horas foi convocada pela presidente para tratar da preocupação do governo com a alta no preço do etanol, em plena safra de cana-de-açúcar, e os efeitos produzidos sobre a inflação. O segundo encontro, previsto para as 17 horas, será de coordenação política.

Ao ser perguntado se a necessidade de novas medidas para o setor seria discutida nas reuniões, Lobão disse que ainda não sabia quais serão os assuntos. “Vou nas duas reuniões com ela [a presidente Dilma], mas ainda não sei do que vai se tratar”, afirmou. Outro tema urgente do governo, que está ligando diretamente ao ministro e deve ser discutido com a presidente, é o acordo que ainda falta ser fechado no Congresso para a votação do veto da chamada Emenda Ibsen Pinheiro – relacionada ao impasse sobre as novas regras de distribuição de royalty da produção de petróleo.

(Rafael Bitencourt | Valor)

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