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Governo é o principal responsável pela descaracterização do relatório de Rebelo, diz líder do setor

“Novamente, nesta semana, a tentativa de votação do novo Código Florestal foi decepcionante e frustrante”. A afirmação é de Alexandre Andrade, presidente da Unida que ressaltou que o Governo é o principal responsável pela descaracterização do relatório original do deputado Aldo Rebelo.

A expectativa agora é que o Código seja votado na próxima semana, porém o dirigente dos produtores de cana nordestino não acredita neste fato, já que o presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Maia, estará em viagem oficial.

Segundo ele, que acompanhou todo o processo até o início da madrugada desta quinta, além de mais uma vez não obter êxito, foram mantidas equivocadamente as mudanças no relatório anterior, excluindo a consolidação de todas as áreas já plantadas em áreas de preservação permanente (APP).

Enquanto isso, para o líder, a produção de cana de açúcar nordestina, que é uma das culturas classificada como área consolidada, será bastante penalizada com a alteração no texto original. “E para piorar, também não reconsideraram a inclusão do artigo que dava ao Estado o poder de regularizar atividades em APP com declive. Ambos os textos excluídos penalizam diretamente a produção da cana”, lembra.

De acordo com o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), a retirada desses textos também vai penalizar o fornecimento regional da matéria prima do açúcar e do etanol. Ambos os artigos foram suprimidos no início do mês, depois de tentativa do governo de iniciar votação do novo código, fato que não aconteceu.

Entretanto, o setor agrícola se mobilizou durante os preparativos da votação, fazendo um destaque de bancada, apoiado pelos partidos DEM,PPS e PSDB, o qual propôs que a pauta apenas seria votada em separado e com votação nominal dos deputados. “Foi quando o governo observou que a maioria dos deputados apoiava o destaque e imediatamente mudou de estratégia, obstruindo a votação e obrigando a base aliada a fazer o mesmo”, diz Andrade.

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