Mercado

Goiás faz suas primeiras exportações de álcool

O Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás (Sifaeg) anunciou, ontem, que o Estado está iniciando os primeiros embarques de álcool para o exterior. Segundo o presidente da entidade, Ígor Montenegro, cerca de 40 milhões de litros de álcool hidratado e anidro estão sendo exportados pela empresas Jalles Machado (Goianésia), Vale do Verdão (Turvelândia), Goiasa (Goiatuba), Usina Goianésia (Goianésia) e Denusa (Jandaia).

As operações, que representam faturamento superior a R$ 30 milhões, foram feitas com várias tradings, com destaque para a Cargill e a Coimex, tendo como destino do produto os mercados da Índia, dos Estados Unidos e do Caribe. Conforme Ígor Montenegro, por causa das deficiências da infra-estrutura de logística para exportação, principalmente em relação a transporte, o álcool vendido por Goiás para o exterior será entregue por outros Estados, através de contratos de swap.

“Na verdade, esses contratos de swap não são muito representativos no montante das exportações de álcool até agora, mas sem dúvida revelam um importante gargalo para o futuro das nossas vendas ao exterior”, adverte o presidente do Sifaeg. Segundo ele, uma rápida solução para semelhantes entraves é muito importante, porque de agora em diante a tendência é de que as exportações brasileiras de álcool, inclusive as goianas, aumentem em ritmo bastante acelerado.

“Basta dizer que saímos de uma exportação total de 700 milhões de litros de álcool no ano passado, para algo entre 1,7 bilhão e 2 bilhões de litros este ano”, lembra o presidente do Sifaeg. A curto prazo, segundo ele, os grandes mercados para o álcool brasileiro serão o Japão e o Sudeste Asiático, mas em quatro ou cinco anos o produto nacional já estará chegando à China. “As negociações já estão acontecendo, os chineses demonstraram que querem comprar o nosso álcool e demonstraram especial interesse pela nossa tecnologia dos motores multicombustíveis”, afirma.

Para Ígor Montenegro, o Centro-Oeste deve tornar-se o grande beneficiário da expansão da produção de álcool no País, tendo em vista que apresenta clima altamente favorável e vastas áreas que se prestam ao cultivo da cana-de-açúcar. “Poderia afirmar ainda que, dentro do Centro-Oeste, é Goiás que apresenta melhores condições para liderar todo esse processo, já que detém uma melhor logística, com acesso rodoviário e ferroviário aos principais portos do País”, diz.

De acordo com o presidente do Sifaeg, alguns fatores fazem supor grandes perspectivas para as exportações de álcool nos próximos anos, como as questões ambientais, que obrigam os países a reverem suas matrizes energéticas calcadas no petróleo, e o próprio preço do petróleo, hoje acima dos US$ 50 o barril. Segundo ele, o álcool torna-se internacionalmente competitivo quando o barril do petróleo ultrapassa os US$ 30. Ígor Montenegro também considera a adesão da Rússia ao Protocolo de Kyoto como mais incentivo ao consumo do álcool combustível, visto que muitos países terão de reduzir suas emissões de poluentes.

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