Mercado

GNV volta a ganhar competitividade

O GNV voltou a estar na onda. Com a alta do etanol e da gasolina, oficinas de conversão veicular e postos de gás registram aumento nas vendas. Como incentivo ao setor, a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás) trabalha com um plano de expansão até 2015 que prevê a inclusão de 19 cidades no mapa de distribuição.

Para atingir este número, serão investidos R$ 144,9 milhões em redes de expansão que poderão atender também as indústrias.

Hoje, quem abastece com o gás natural veicular paga entre R$ 0,30 e R$ 0,88 a menos pelo metro cúbico se comparado com o preço do litro do etanol e da gasolina cobrado na Capital, respectivamente. E o aumento nos preços dos combustíveis deve continuar nos próximos meses pelo risco de escassez do etanol.

Três das maiores oficinas que fazem a adaptação dos veículos para o gás natural em São José, a cidade catarinense campeã neste segmento de negócios, comemoram a subida nas vendas dos kits para conversão. O gerente da Dithi Gás, Renê Jorge, afirma que está atendendo 30% mais agora do que em setembro. Na terça-feira, a empresa trabalhava com seis veículos, sendo que a média, anteriormente, não ultrapassa de três.

– Quando os combustíveis aumentam de preço, a procura pelo GNV cresce. Além disso, os kits hoje estão mais acessíveis. O que custava antes até R$ 3,2 mil pode ser instalado atualmente por R$ 2,4 mil – revela Jorge.

O vendedor da Italo Gás, Moisés Jovino, percebeu melhoras nas vendas em setembro e, principalmente, este mês. Em julho, foram instalados 13 kits na oficina. Em agosto, eles passaram para 15 e, em setembro, 18. Ele prevê que as vendas melhorem em até 30% no final de ano.

– Agora, atendemos de três a quatro clientes por dia. Desde o dia 13, estamos trabalhando nesta média, sem contar o aumento expressivo de pedidos de informação – comenta.

Rentabilidade maior é outro atrativo

Jovino destaca a maior rentabilidade do GNV. Um carro flex com motor 1.0, segundo ele, faz, em média, 10 quilômetros por litro com etanol e 18 quilômetros com um metro cúbico de gás. O carro flex a gasolina, faz 16 quilômetros por litro contra 20 por metro cúbico de GNV.

A dona da Autergás, Ivanilda Koerich, confirma o bom momento e ressalta que ele tem uma ligação direta com o aumento dos combustíveis.

– Logo após as eleições começamos a perceber o maior movimento de clientes na empresa – revela.

O presidente da Associação Catarinense de Gás Natural Veicular, Ivo Petras Konell, calcula que a venda de GNV no Estado aumentou 20% neste mês em relação ao anterior.

– Como os preços da gasolina e do etanol estão se elevando, os consumidores percebem o gás como uma alternativa que traz até 60% de economia. Acredito que até o final do ano poderemos crescer mais 30% – projeta, levando em conta a rentabilidade de cada combustível.

Em relação a anos anteriores, Konell destaca a ampliação da rede de abastecimento e a chegada de uma nova geração de equipamentos como algumas das grandes vantagens do GNV atualmente.

– Com a tecnologia do gás injetável, os automóveis que utilizam o GNV não perdem potência. Além disso, o consumidor pode viajar pelo país utilizando apenas o gás natural, que é mais ecológico e econômico.

Banner Revistas Mobile