Mercado

Geração solar e gás de xisto ganham mercado

O segundo semestre trará duas novidades para o setor elétrico. Pela primeira vez, um leilão de contratação de fonte de energia elétrica estará aberto ao cadastramento de projetos de energia solar. Em paralelo, o governo federal, também de forma inédita, prepara uma rodada de licitações de jazidas de gás não convencional, extraído principalmente de rochas existentes no subterrâneo e responsável por uma revolução na indústria dos EUA, onde os preços do gás despencaram e vêm atraindo uma série de investimentos por conta da matéria-prima barata.

No leilão A-3, de entrega de energia daqui a três anos, que deverá ser realizado na última semana de outubro, poderão ser cadastrados pela primeira vez projetos de geração de energia solar ou que utilizem como combustível resíduos sólidos urbanos ou biogás de aterro sanitário. Esse pode ser o marco inicial do aumento da energia solar na matriz nacional, cuja participação hoje é ínfima. “Os preços não estão competitivos ainda, mas, ao abrir essa possibilidade, poderemos conhecer mais sobre os investidores, seus projetos de geração solar e o mercado que olham, assim podemos aprender mais sobre esse segmento”, afirma Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE). Para ele, até 2020, essa fonte deverá estar com preços mais competitivos.

A iniciativa coincide com o aumento da demanda por empresas para conhecer mais sobre esse mercado nascente. No fim do ano passado, a CPFL Energia, que em julho abriu o capital de seu braço de investimentos em energia renováveis, inaugurou a usina de Tanquinho. Nela investiu R$ 13,8 milhões, seu primeiro empreendimento de geração solar e também o primeiro projeto dessa fonte instalado no Estado de São Paulo. Outra que está aplicando recursos na área é a Cemig.

Desde janeiro, está em fase de implantação a Usina Experimental de Geração Solar Fotovoltaica, localizada em Sete Lagoas (MG) “Quando concluída, ela será a maior usina do tipo no Brasil, com 3,3 MW de pico em painéis fotovoltaicos, com capacidade de abastecer até 3500 residências”, diz o gerente de alternativas energéticas da Cemig, Marco Aurélio Dumont Porto. Com custo de cerca de R$ 40 milhões, com R$ 27 milhões de aporte da Cemig, será um dos primeiros projetos de pesquisa do país que culminam na construção de uma usina comercial de geração de eletricidade. “As tarifas que conseguimos hoje com a energia solar ainda estão bem distantes da convencional, mas acredito que, com a nacionalização de equipamentos, melhoria nas questões regulatórias e incentivos governamentais, teremos tarifas competitivas.”

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