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Fiesp prevê ano positivo com gargalo logístico para o setor

O ano de 2013 “será positivo para todas as cadeias produtivas do setor”, disse o presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), João de Almeida Sampaio, ao DCI. E, segundo ele, assim preveem algumas das maiores consultorias de agropecuária do País.

Em reunião fechada com o representante, ontem no Cosag – ligado à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) -, os diretores da Agroconsult e da Datagro fizeram novas projeções sobre a safra de 2012/2013. Também participou do encontro o empresário Alexandre Mendonça de Barros, sócio da MBAgro.

André Pessoa, da Agroconsult, estimou colheita de 82 milhões de toneladas de soja (alta de 9,2%), e Plinio Nastari, da Datagro, moagem de 580 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (18,4% acima da temporada anterior), para o ano que vem, segundo Sampaio.

“O balanço e as projeções foram muito positivos e deixaram claro que, se não houver nenhum problema climático, teremos um bom 2013 para todas as cadeias do setor”, afirmou o representante, prevendo alta também para a produção de carnes.

Contudo, Sampaio antevê que os problemas de logística, com o crescimento da produção, devem se agravar no ano que vem. “O governo federal vê que a produção está crescendo, estima esses números e não dá nenhuma resposta”, criticou o presidente do Cosag, frisando que todos os projetos de infraestrutura estão programados para execução a, no mínimo, ” médio prazo”.

Os gargalos logísticos já começam a afetar a alta rentabilidade do milho no mercado internacional, de acordo com o consultor Pessoa, da Agroconsult.

A Fiesp registra que, na avaliação feita pelo consultor, embora as cotações globais do milho e a desvalorização do real tragam inédita vantagem às exportações do cereal, parte desse ganho fica comprometida pelo aumento do custo no frete e outras despesas com o escoamento da produção e a alta no dólar.

“O nosso grande problema do ano que vem é logística. Vamos continuar exportando milho em grande volume nos primeiros meses, depois uma safra de soja que tende a ser muito grande, mas não temos nenhum investimento novo de logística nesse período e temos um problema gravíssimo com os caminhões”, afirmou Pessoa a respeito da Lei 12.619/2012, que prevê novas normas para os motorista.

O especialista espera uma safra de verão estável ou em queda, ante os 32,9 milhões de toneladas da temporada anterior, em função do avanço da soja. Mas projeta recorde de área plantada para a chamada “safrinha”, no inverno, com oito milhões de hectares e produção de mais de 37 milhões de toneladas no próximo ano.

Nastari, da Datagro, por sua vez, propôs o aumento da mistura de álcool anidro à gasolina e alta do preço do combustível fóssil – cujas cotações são artificialmente reduzidas pelo governo brasileiro, por uma medida anti-inflacionária – como soluções para a crise de baixa produtividade e endividamento sofrida pelo setor sucroalcooleiro.

Sampaio, que recebeu os apelos e estimativas das consultorias, considera que o segmento de laranja, hoje afetado por uma safra cheia de fruta e com pouco interesse da indústria de suco em processá-la, acredita que as lavouras devem encolher no ano que vem – “mas ainda é cedo para estimar números”.

Medidador das discussões em torno da criação do Conselho dos Produtores de Laranja e das Indústrias de Suco de Laranja (Consecitrus), o representante que ver o documento de padronização e negociação do segmento pronto até abril de 2013.

O desafio é fazer com que a Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) entre em consenso com a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus BR), aproximando os citricultores das famílias industriais.

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