Mercado

Exportações fortes

A trading Bauche Energy não deverá perder sua participação nas exportações brasileiras de álcool nesta safra, mesmo com a forte queda dos embarques brasileiros do combustível previstos para 2009/10. “Temos boas parcerias comerciais no país e um acordo com uma empresa desidratadora de álcool no Caribe, o que nos permitirá manter nossos volumes”, afirmou Nelson Ostanello, diretor da exportadora.

A expectativa do mercado é de que as exportações brasileiras de álcool recuem quase 40% nesta safra, para cerca de 3 bilhões de litros, dos quase 5 bilhões de litros embarcados no ciclo anterior. A queda das vendas externas reflete a baixa demanda global pelo combustível, sobretudo dos EUA.

A trading estima que deverá exportar entre 700 milhões e 800 milhões de litros de etanol, mantendo praticamente os mesmos volumes do ano anterior, de 770 milhões de litros, segundo Ostanello.

No Brasil desde o fim de 2005, a empresa com sede na Suíça, mas com acionistas majoritários franceses, deu início em 2006 às exportações de açúcar e álcool no País. Em 2006, a Bauche começou com embarques de 179 milhões de litros de álcool. No ano passado, as negociações alcançaram 770 milhões de litros.

O avanço da empresa nesse mercado reflete as parcerias comerciais no Brasil e também na Jamaica, onde tem um acordo com a Jamaica Broilers, empresa privada com atuação em abate de aves e também em biocombustíveis. “Temos um contrato de longo prazo com eles”, explicou Ostanello. Por meio dessa parceria no Caribe, a Bauche compra álcool do Brasil, desidrata em uma das plantas da Jamaica Broilers e reexporta para os Estados Unidos.

Com a queda dos preços do petróleo e das cotações do álcool no mercado internacional, as exportações diretas para os EUA não estão compensando. A alternativa pelo Caribe, que isenta o produto brasileiro da tarifa de US$ 0,54 por galão, é a mais viável para entrar no mercado americano neste momento. No mercado doméstico, os preços do combustível registraram forte baixa no início desta safra, mas começaram a se recuperar com o menor ritmo da colheita de cana no Centro-Sul. Na sexta-feira, o litro do anidro encerrou a R$ 0,8529 (sem impostos), alta de 2,13%, e o hidratado a R$ 0,7564 (sem impostos), elevação de 2,9%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Fundada em 1880, a Bauche era até por volta de 1930 sócia de usinas na França, segundo o executivo. “Temos tradição na comercialização de açúcar branco.” Mas com a condenação da União Europeia na Organização Mundial do Comércio (OMC) por conta dos subsídios ao açúcar, a Bauche começou a buscar novos mercados originadores da commodity.

Em 2006, a empresa também começou a exportar açúcar branco. No primeiro ano, foram embarcadas 250 mil toneladas. Em 2008, atingiu 700 mil toneladas e a empresa pretende elevar sua fatia este ano. Os maiores clientes estão nos países africanos, Oriente Médio e Ásia. Maior exportador de açúcar, o Brasil tem forte penetração no mercado internacional com o tipo VHP.

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