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EUA propõem corte de 60% nos subsídios e pressionam Japão e Europa

Os Estados Unidos anunciaram hoje uma proposta de forte corte de 60% nos subsídios a seus produtores agrícolas como forma de destravar as negociações para uma maior abertura do comércio internacional.

Segundo o governo dos EUA, no entanto, a proposta só será levada adiante se Japão e países da União Européia concordarem em também reduzir seus subsídios em cerca de 80%.

A decisão americana é bastante positiva para países em desenvolvimento como o Brasil, que cobram das nações mais desenvolvidas a redução dos incentivos concedidos aos agricultores. Muitos desses subsídios já foram inclusive considerados ilegais pela OMC (Organização Mundial de Comércio), como no caso do algodão e do açúcar.

“Os Estados Unidos estão dispostos a assumir parte da dor”, afirmou o secretário de Comércio dos EUA, Rob Portman. “Mas aqueles que subsidiam mais precisam reduzir mais”, afirmou ele sobre o Japão e a UE.

A decisão dos EUA é uma tentativa de destravar a Rodada Doha, que tem metas ambiciosas de abertura do comércio global.

Ele justificou o condicionamento da proposta a medidas semelhantes dos demais países com ricos: “A União Européia usa cerca de três vezes mais subsídios do que nós”, afirmou ele, que acredita que Japão e UE teriam de cortar a ajuda aos produtores em 80% para tornar o comércio “equilibrado”.

A UE já aceita reduzir subsídios de produtos como trigo, laticínios e arroz em até 65%. O comissário de comércio do bloco, Peter Mandelson, afirmou que a Europa vai fazer “mais” que os EUA. “A Europa está pronta e disposta”, afirmou.

A proposta dos EUA prevê reduzir totalmente os subsídios até 2023.

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