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EUA priorizam alternativas já existentes para produzir bioenergia

Priorizar processos já existentes para incrementar a produção de bioenergia é a palavra de ordem nos Estados Unidos. A afirmativa é do coordenador do Programa Nacional de Bioenergia do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Robert Fireovid, ao explicar que, no continente norte-americano, diversas pesquisas sofrem adaptações para melhorar resultados.

De acordo com o palestrante, os biocombustíveis vieram para ficar e o Governo dos Estados Unidos aposta neste setor. “Temos um grande número de agências de pesquisas em bioenergia e os Departamentos de Agricultura e de Energia firmaram um acordo com o Departamento de Defesa para abastecer a frota”, disse Fireovid. Ele ainda revelou que, hoje, o consumo civil é de 140 bilhões de litros de gasolina por ano e que o Congresso quer, até 2020, que 36 bilhões de galões sejam substituídos por biocombustíveis.

Atualmente, a maior fonte de etanol é o milho, diferente do Brasil que é a cana-de-açúcar. “Estamos com cerca de 15 bilhões de galões de etanol de milho, ou seja, ainda temos 21 bilhões para alcançar até 2020”, disse Robert. E é nesse setor que entram as pesquisas em alternativas de matérias-primas, onde o Departamento de Agricultura mantém centros que focam diferentes culturas (cana energética, sorgo sacarino, gramíneas perenes e oleaginosas, entre elas) para a produção de biocombustíveis de forma completa, desde a viabilidade comercial até os riscos econômicos, sociais e ambientais.

Fireovid explica que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos foca a bioenergia sustentável. “Temos por objetivo desenvolver uma nova indústria para que os agricultores possam ser integrantes deste sistema, que eles tenham retorno de forma sustentável”, explica o palestrante. Para tanto, nos anos 90, o Instituto Nacional de Alimentos e Agricultura iniciou o programa de pesquisa de pequenos negócios que prevê o repasse de recursos para pequenos produtores. “O objetivo é focar em conversão em sistema de pequena escala, onde os produtores podem implementar para a captação econômica”, finalizou Robert Fireovid.

A palestra integra a terceira edição do Simpósio Estadual de Agroenergia, que ocorre em paralelo à 3ª Reunião Técnica de Agroenergia, 10ª Reunião Técnica da Mandioca e 2ª Reunião Técnica da Batata-Doce, em Pelotas, uma realização da Embrapa Clima Temperado, Afubra, Emater/RS-Ascar e Fepagro.

CANA-DE-AÇÚCAR

A palestra sobre Melhoramento genético da cana-de-açúcar para tolerância a frio nos Estados Unidos, que iria ocorrer no segundo dia do evento, foi antecipada para a tarde de hoje, pelo coordenador do Programa Nacional de Bioenergia do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Robert Fireovid. Segundo ele, as pesquisas realizadas no país priorizam a cana energética, mais resistente às baixas temperaturas. “Testes realizados em diferentes locais enfocam a habilidade das variedades em atravessar o inverno e da tolerância dos brotos à geada, e comprovam que a cana energética, que produz menos açúcar, é a mais indicada”, revela Fireovid.

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