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ETH planeja expandir sua área de cana em 35% ao ano

Passados os trâmites burocráticos da incorporação da Brenco, finalizados em abril, a ETH Bioenergia, empresa do grupo Odebrecht, avança nos desafios de integrar na prática os quatro projetos de usinas trazidos da Brenco. Além de estender para a incorporada a cultura organizacional da Odebrecht, a ETH também imprime seu ritmo para cumprir os prazos de inauguração de duas usinas neste ano e avançar em um projeto crucial: equilibrar o descompasso existente entre a capacidade industrial e a quantidade de cana disponível.

Luiz Pereira de Araújo Filho, diretor de sustentabilidade da ETH, afirma que o plano é crescer de 80 mil a 100 mil hectares de cana por ano nos próximos três anos, o que significa uma expansão anual de, pelo menos, 35% sobre a base atual de 230 mil hectares, entre cana própria (60%) e de terceiros (40%).

Em julho deste ano entra em operação a usina Morro Agudo (GO) e, em novembro, a unidade de Alto Taquari (MT). Com isso, nesta temporada, a 2010/11, a ETH vai processar entre 12,5 milhões e 13 milhões de toneladas de cana, enquanto a capacidade industrial já está na casa das 15 milhões de toneladas.

Na próxima safra, a 2011/12, o descompasso ainda existirá e será de 20 milhões a 21 milhões de toneladas de cana para uma capacidade de moagem de 23 milhões de toneladas, com o início da operação das duas usinas da antiga Brenco, a Costa Rica (MS) e a Água Emendada (GO). Para atender a essa demanda e atingir os 40 milhões de toneladas de moagem em 2012, a ETH deverá investir mais R$ 3,5 bilhões.

No segundo semestre deste ano, a ETH irá contratar e qualificar 900 pessoas para operação de máquinas agrícolas nos canaviais de São Paulo e do Centro-Oeste.

Em meio aos projetos de produção de açúcar e etanol, a ETH também conclui a integração de equipes à cultura empresarial da companhia baiana. “Temos uma cultura empreendedora, marcada pela delegação de funções e descentralização de algumas decisões”, explica Pereira. Em vez de se reportarem diretamente a São Paulo, detalha o executivo, as equipes do polo Araguaia, onde estão os projetos recém-incorporados, estão se reportando às respectivas lideranças locais.

A equipe da Brenco em São Paulo também está se mudando até o fim deste mês para o escritório da ETH na capital paulista. “A ETH absorveu quase que integralmente as equipes da Brenco e está contratando mais. Quem saiu foi por interesse próprio”, diz Pereira. Além do ex-presidente da Brenco, Henri Philippe Reichstul, desligaram-se do projeto os executivos que se reportavam diretamente a ele, como o vice-presidente de operações, Rogério Manso, o diretor-financeiro, Alfredo Freitas, e o diretor-administrativo, Sérgio Sampaio.

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