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Etanol: pesquisadores conseguem reduzir pela metade produção da vinhaça

Pesquisadores da Fermentec, empresa especializada em fermentação alcoólica, de Piracicaba (SP), conseguiram reduzir pela metade a vinhaça resultante da produção de etanol. O resultado, obtido em uma planta piloto, foi obtido graças ao aumento do teor alcoólico na fermentação.

Atualmente as usinas no Brasil trabalham com teor alcoólico entre 8% e 10%, o que gera de 10 a 12 litros de vinhaça por litro de etanol produzido.

De acordo com o consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, os avanços técnicos na tecnologia de fermentação, com a conseqüente redução na geração de vinhaça, são uma clara demonstração da capacidade de inovação que existe no setor sucroenergético. “A redução na geração de vinhaça atende demandas de vários produtores que, face à necessidade de aplicação do produto em áreas cada vez mais distante s da destilaria, o que gera aumento de custos, gostariam de ver diminuída a geração desse produto.” A vinhaça, ou vinhoto, é um subproduto da cana-de-açúcar, rica em potássio, utilizada nas lavouras de cana como adubo orgânico. Na pesquisa da Fermentec, foi possível chegar ao teor alcoólico de 16% com reciclagem de leveduras e viabilidade elevada, graças à melhoria do controle de temperatura e dos sistemas de refrigeração e a inclusão de leveduras especiais no processo.

Segundo a Fermentec, se as 385 destilarias do país diminuíssem em 50% a produção de vinhaça, isso representaria uma redução de 160 bilhões de litros do resíduo por ano. A economia na usina com o alto nível de fermentação pode chegar a R$ 4 por tonelada de cana moída.

Além da economia no transporte da vinhaça em caminhões tanque e na fertirrigação, o alto teor alcoólico diminui o uso do vapor. O vapor economizado na destilação pode ser aproveitado para a produção de mais energia elétrica em usinas que utilizam o bagaço da cana para produzir bioeletricidade. Os gastos com insumos como os antibióticos também diminuem, já que se houver uma contaminação, a resistência da bactéria em uma grande concentração de álcool é menor.

A pesquisa da Fermentec vem sendo realizada há quatro anos em projeto piloto na Usina da Pedra, em Serrana (SP), com parceria da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), Instituto de Química da USP e a Universidade Federal de Santa Catarina.

As informações partem da assessoria de comunicação da Unica.

(FR)

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