Etanol hidratado: consumo dispara no varejo

Com a queda média de R$ 0,15 no litro, desde a segunda quinzena de março a venda de etanol hidratado tem disparado no estado de São Paulo. A redução do preço deve-se em parte a comercialização do estoque da safra 14/15, o que causou pressão de baixa nas distribuidoras e nos postos, e ao valor da gasolina, que ficou inalterado com o avanço do dólar, enquanto esperava-se diminuição porque ela tem recebido 27% e não mais 25% de etanol anidro.

Estoque em alta deixa etanol mais vantajoso

Não há balanço oficial do sindicato dos donos de postos sobre o avanço do consumo de hidratado. Mas a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em seu último relato de safra, referente a primeira quinzena de março, já destacava o aumento do consumo de hidratado.

Segundo a entidade, nos primeiros 15 dias do mês passado, na região Centro-Sul do país, foram comercializados 681,6 milhões de litros, ante 452,7 milhões de litros no mesmo período do ano passado.

A alta na venda do hidratado no varejo, que também surpreende devido à instabilidade econômica do país, também se dá por conta de ações regionalizadas. Uma delas é a redução da cobrança do ICMS sobre o hidratado no estado de Minas Gerais. Essa medida começou em 18 de março último e no fim do mês os preços no varejo do biocombustível tinham caído em média 5%, com possibilidade de cair até 12%.

ICMS sobre o hidratado cai para 14% em Minas

Entre outras ações localizadas que ajudam a ampliar o consumo de hidratado estão legislações municipais como em Batatais (SP), onde desde o mês passado vigora lei na qual o preço do hidratado no varejo não pode ultrapassar 63% do preço da gasolina.

Com isso, em média o litro do hidratado é vendido por R$ 1,84, contra R$ 2,24 da gasolina. “A venda do hidratado disparou por aqui, são vendidos em média 60 mil litros por dia”, disse ao portal do JornalCana Humberto Vaz, funcionário de posto Ipiranga na cidade.