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Etanol de 2ª geração é tema de palestra do Simpósio Estadual de Agroenergia

Um dos assuntos apresentados nesta quinta-feira (08/11), durante o Simpósio de Agroenergia e a IV Reunião Técnica de Agroenergia, foi a produção de etanol a partir da celulose (chamado de etanol de 2ª geração) – tema da palestra da pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Cristina Maria Monteiro Machado. Os eventos estão sendo realizados no Centro de Eventos da AMRIGS, em Porto Alegre.

Durante a sua apresentação, que teve como tema “Rotas tecnológicas para a produção sustentável de etanol de celulose”, Cristina falou sobre os principais gargalos e cada uma das etapas do processo produtivo. “Produzir etanol de celulose é um processo mais complexo e lento do que o usado para a cana-de-açúcar. No momento, estamos trabalhando para reduzir os custos desse processo e fazer com que o produto chegue ao mercado”, afirmou. Por outro lado, como vantagem, a pesquisadora da Embrapa Agroenergia cita o baixo custo da matéria-prima para produzir etanol de celulose. “Como podemos utilizar qualquer biomassa, desde o bagaço da cana até algumas forrageiras, temos maior disponibilidade de matéria-prima. Para se ter uma ideia, somente na safra de cana de 2009/2010, foram produzidos 160 milhões de toneladas de bagaço. Já na produção do etanol de cana-de-açúcar ou de milho, cerca de 70% do custo referem-se à matéria-prima”, explica.

Conforme Cristina, pesquisadores têm se dedicado aos estudos do etanol celulósico desde a década de 80, mas foi há pouco mais 10 anos que os trabalhos se intensificaram. “Por termos uma produção de etanol baseada na cana-de-açúcar bem estabelecida no Brasil, estamos confortáveis com essa situação, ao contrário do que ocorre na Europa, onde faltam terras e tem que se procurar outras alternativas”, afirma. “Acredito que, se baixarmos os custos e a conjuntura for favorável, teremos um avanço maior”, projeta. Atualmente, a Embrapa possui cinco projetos de grande porte relacionados à cadeia do etanol celulósico.

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