Mercado

Etanol: contrato com banco japonês deve ser assinado até outubro

O contrato entre o governo brasileiro e o Japan Bank International Cooperation (JBIC) para liberação de R$ 1,286 bilhão para a produção de etanol e biodiesel no País deve ser assinado até outubro deste ano. A expectativa é de técnicos da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura. O banco japonês começaria a liberar os recursos a partir de abril de 2007, início do calendário japonês. A liberação foi comunicada na última terça-feira (30) ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, por representantes do JBIC.

O ministro Rodrigues participou do encerramento de reunião entre representantes de vários ministérios com técnicos do JBIC. A partir de agora, disse ele, cabe ao governo brasileiro discutir os projetos e a forma de repasse dos recursos aos produtores, instituições de pesquisa e empresários interessados na construção de usinas. Além da Agricultura, os ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento Agrário e da Indústria e Comércio Exterior estão envolvidos nessa discussão.

Os recursos serão liberados para atender três tópicos: capacitação de mão-de-obra, pesquisa e treinamento de produtores (R$ 86 milhões); abertura de novas áreas para plantio de oleaginosas e cana-de-açúcar (R$ 520 milhões); e instalação de fábricas de biodiesel no Nordeste (R$ 680 milhões). As liberações serão feitas de acordo com a demanda dos brasileiros. De acordo com uma fonte que participou na negociação, os juros dos empréstimos serão baixíssimos: de 0,75% ao ano a 2,25% ao ano. O prazo de pagamento é de 35 anos, com carência mínima de 10 anos. Para instituições de pesquisa, a carência pode ser ampliada.

Rodrigues explicou o interesse do Japão em investir na produção de etanol e biodiesel no Brasil. “A idéia central se prende a uma substituição das importações do Japão: de produtos derivados do petróleo para produtos de origem agrícola”, afirmou.

Uma nova lei japonesa obriga a mistura de 3% de etanol à gasolina, o que demandará 1,8 bilhão de litros por ano. O Japão quer garantir fornecedores. Além da diversificação na dependência de combustíveis, os japoneses estão preocupados com a questão ambiental.

Banner Revistas Mobile